Esse post dá continuidade ao conjunto de textos que estamos extraindo diretamente do livro "Un Mystique Lyonnais et les Secrets de la Franc-Maçonnerie - 1730 - 1824" da arquivista francesa Alice Joly (aqui, segunda parte do capitulo II).
Verão os leitores mais assíduos do blog que muito do que será exposto aqui nós já o publicamos (assim como blogs e sites franceses e espanhóis o fizeram) seja de forma integral ou compondo textos traduzidos de outros veículos. No entanto vamos reproduzi-los assim mesmo a fim de apresenta-los ao leitor na integra.
O que é mais interessante nesse post, em especifico, é que a "verdadeira face" de Dom Martines de Pasqually fica muito evidente e ao lê-lo compreendemos a indignição de Bacon de Chavalerie aqui registrada.
Dessa vez omitimos as notas de rodapé do original e fizemos apenas uma nota no corpo do texto (não há muito o que comentar aqui já que tudo fica evidente).
Seja como for, agradecemos a Deus Todo Poderoso (ou ao G.A.D.U. se preferirem) por permitir que apenas o cerne dos pensamentos e ensinamentos desse homem tenham tomado corpo no Regime Escocês Retificado. Se o que ele ensinou ou seu exemplo estivessem "in totum" dentro do R.E.R. certamente estariamos fadados a contradição e ao embaraço.
Vamos ao texto:
As Operações de Equinócio. - Provações de J.-B. Willermoz. - O ultimato de abril de 1770. - Resignação dos Coens. - Claude de Saint-Martin. - O Tratado da Reintegração dos Seres.
Jean-Baptiste Willermoz teve azar com as operações de Equinócio. A primeira na qual ele poderia participar estava marcada para 27, 28 e 29 de setembro de 1768; ele deveria receber sua ordenação simpática lá. Ainda como Aprendiz, ele só estava "trabalhando" em um quarto de círculo, mas mesmo assim podia esperar muito desse papel modesto. Seu Mestre lhe recomendou pedir a Deus, de coração sincero e submisso, "que para assegurar sua misericórdia, Ele o faça repetir o hieróglifo ou algum dos hieróglifos que você traçou".
Infelizmente, o sinal mágico não teve oportunidade de aparecer. A Operação não pôde acontecer nem naquela data nem alguns dias depois, quando, apesar da lua estar começando a minguar, o Grande Soberano a havia adiado. A culpa era de Pasqually, que esqueceu de enviar a tempo as orações e invocações necessárias, e explicou que seu empregado havia enviado mal o pacote; depois, alegou que um furacão havia destruído parte da propriedade de seu sogro, e ele não podia cuidar de seu discípulo. Ele se declarou "arrasado" pelo contratempo, mas esse atraso era ainda mais inconveniente para Willermoz, que precisava trabalhar em seis equinócios, ou seja, três anos antes de ser verdadeiramente promovido a Réau-Croix.
Na realidade, o futuro espiritual de Jean-Baptiste Willermoz dependia de um trabalho que ele não sabia muito bem como realizar. Ele se confundia com as figuras e círculos que precisava traçar com giz branco no chão de seu laboratório místico; não sabia exatamente onde colocar as velas, onde inscrever os caracteres e hieróglifos; tampouco compreendia os perigos que poderiam ameaçá-lo durante essas horas noturnas de invocação e oração, então ele buscava explicações. Dom Martinès enviou-lhe várias explicações, mas as novas precisões nem sempre se alinhavam bem com as indicações anteriores. O ritual não estava completo, e tudo estava longe de ser claro. O Mestre tratava com grande desenvolvimento, mudava as datas dos equinócios ao seu bel-prazer, prometia talismãs que não enviava e esquecia o que havia prometido. Tudo isso não conseguia acalmar os escrúpulos do meticuloso Willermoz e não o fazia progredir na ciência oculta que ele desejava aprender.
A decepção que ele poderia sentir não é menor se considerarmos a cura de sua irmã. Pasqually afirmava ver a doente "deitada de lado, coberta com uma espécie de véu como se fosse um manto ou casaco de cor acinzentada". Ele prescrevia remédios e demonstrava grande confiança de que ela obteria alívio por meio de sua intervenção. No entanto, ele não conseguiu curá-la e, por fim, desistiu. "Rezem", aconselhou ele ao seu discípulo de Lyon, "peçam os auxílios necessários para sua irmã, você fará tanto quanto eu nesse assunto, se sua intenção e oração forem puras e sinceras."
Também foi uma decepção perceber a desordem que reinava na Maçonaria dos Coens, que deveria reformar a Grande Loja da França e exibia de forma veemente excelentes princípios de boa organização e hierarquia bem estabelecida. "Não permitiremos que o homem de desejo seja enganado", prometeu Dom Martinès, assim como ele próprio foi por uma turma de impostores que se autodenominavam líderes da Loja de Clermont. O Tribunal Soberano era, em princípio, o único qualificado para fornecer rituais, quadros de operações e documentos oficiais; no entanto, nem o Tribunal de Paris nem o Substituto Universal Bacon de la Chevalerie possuíam algo completo e bem elaborado, mesmo para os primeiros graus. Isso não impedia o Grande Soberano de rejeitar as reclamações e de atribuir a responsabilidade dessa situação lamentável a Bacon.
Também, uma vez passado o primeiro impulso de entusiasmo, o neófito percebe que o motivo pelo qual ele se esforça é mal compreendido por ele. Para que lhe serve a permissão que recebeu em julho para fundar um Grande Templo em Lyon? Ele não possui nem doutrina nem cerimonial. As lembranças dos ensinamentos de Paris estão se distanciando. O comerciante não tem tempo para ir a Bordeaux, como fazem os jovens oficiais do regimento de Foix, Grainville, Champollon, Saint-Martin, que vêm passar suas licenças de meio de semestre junto ao Mestre, para receber a boa palavra e maravilhar-se com os prodígios que ele produz. Willermoz está preocupado. Ele faz perguntas. Ele quer saber se todo esse cerimonial é necessário para alcançar o objetivo proposto, se é eficaz, como o Mestre prometeu, e por quê? Mas então Martinès se esquiva. Ele é muito reticente em relação a todas as perguntas diretas.
Em um estilo obscuro, onde, por vezes, emergem expressões corretas e até poéticas, apesar das faltas de linguagem ou ortografia, ele evita precisões. Ele se refugia na humildade, dizendo que não sabe nada, que em sua "pequena parte" não possui outras luzes além daquelas que Deus concede a todos; ele não tem nenhum poder pessoal e seu único papel é "calar sua ignorância e guardar secretamente o pouco que me foi caridosamente transmitido, com medo de que me seja tirado." Ele menciona um certo líder misterioso da Ordem dos Coens, que o excesso de insistência poderia assustar, e do qual ele é apenas um instrumento. A própria doutrina tem pouco espaço em suas cartas e ele gosta de adotar uma postura muito cristã, como já vimos. No entanto, os exercícios aos quais Dom Martinès obriga os Coens exigiam explicações menos comuns, um ensinamento teúrgico mais completo.
No entanto, a Ordem continua a crescer. Cada carta de Bordeaux anuncia a recepção de novos Irmãos. Em Lyon, cinco discípulos abandonaram a Maçonaria regular por causa de Willermoz; eles esperavam dele organização e doutrina. Willermoz, que não possuía nada disso, só podia associá-los à sua decepcionante expectativa e à sua irritação.
A conduta pessoal do Juiz Soberano era tão suscetível de suspeitas quanto a sua conduta oficial. Ele teve desentendimentos pouco louváveis com o Irmão du Guers, que havia sido seu ajudante, confidente e companheiro de mesa. Agora, ele se espalhava com reclamações confusas sobre ele, acusando-o de querer suplantá-lo em seu papel de líder e expressando sua dor por ter sido tão indignamente enganado. No entanto, ele não podia apagar o fato de que esse Bonnichon, conhecido como du Guers, havia desfrutado de sua indulgência por muito tempo, quando Willermoz e Bacon de La Chevalerie haviam denunciado as "horríveis" irregularidades nas iniciações em Paris. É sempre lamentável que possamos duvidar da perspicácia de um profeta. É igualmente lamentável que possamos duvidar de sua desinteressada intenção. Ora, Pasqually tinha dívidas e não sabia como pagá-las. Seu casamento com a sobrinha de um major do regimento de Foix não o havia enriquecido. O nascimento de um filho em 1768 havia aumentado as despesas do lar. Ele pediu a generosidade dos discípulos mais ricos para poder evitar a "confusão" de seus credores.
"Mestre; em uma carta que Pasqually escreveu para Willermoz em 19 de fevereiro de 1769, ele propôs o seguinte acordo: a Ordem se responsabilizaria por cuidar dos problemas financeiros do Grande Mestre e garantiria uma pensão adequada para ele, desde que, em troca, ele fosse para Paris trabalhar com o Tribunal Soberano. O jovem oficial estava enfrentando dificuldades com a desorganização que existia entre os Coens e, ao mesmo tempo, não podia mais fazer sacrifícios financeiros. Na mesma carta, Pasqually se queixava das provações que estava enfrentando e alertava Willermoz para adiar novamente as operações de equinócio devido às "grandes confusões e perseguições do Senhor Bonnichon contra a Ordem"."
Quando, na primavera de 1769, Jean-Baptiste Willermoz chegou a Paris, ficou evidente que ele tinha muitas informações e conselhos a pedir ao Substituto Universal e ao marquês de Lusignan. O resultado desse encontro pode ser facilmente imaginado ao ler a carta que o morador de Lyon escreveu a Pasqually em 29 de abril de 1769. Devidamente informado por Bacon de La Chevalerie e Lusignan sobre as inconsistências do mágico de Bordeaux, Willermoz expõe, em termos muito severos, a extensão de sua desilusão e embaraço: "Eu quero ser capaz de anunciar em Lyon um objeto verdadeiro e digno de pessoas honestas", escreveu ele, "não quero me comportar como um charlatão". Dom Martinès respondeu de forma desconfortável, assegurando-lhe a bondade de seu coração e seu sincero desejo de fazer o melhor para trabalhar pelo bem da Ordem, da maneira que o Substituto Universal desejava. Ele apelava para aqueles que o conheciam melhor como testemunhas de suas intenções puras e aconselhava Willermoz a consultar M. de Grainville sobre esse assunto. Para provar a evidência de sua doutrina, ele também o encorajava a meditar sobre o número de seus dedos dos pés.
Não sei se Jean-Baptiste Willermoz encontrou uma grande iluminação espiritual ao contemplar, no número nefasto de seus dedos dos pés, a prova física da degeneração causada pelo pecado de Adão. De qualquer forma, ele seguiu a primeira sugestão apresentada e escreveu ao chevalier de Grainville.
Os membros sérios dos Cavaleiros Coens sentiam a necessidade urgente de se consultarem. Ao solicitar a ajuda deles para garantir a subsistência de sua família, Dom Martinès lhes deu uma alavanca sobre si mesmo. Era preciso decidir se eles se cotizariam para fornecer ao Mestre da Ordem os recursos necessários e, nesse caso, quais condições seriam exigidas. Há uma correspondência muito significativa dessas abordagens que Jean-Baptiste Willermoz trocou com Grainville. O jovem oficial era sensato e moderado; ele conhecia bem Dom Martinès, mas estava longe de se deixar completamente convencer de suas virtudes; ele sabia que o Grande Soberano vivia às custas da Ordem e que esse fato explicava muitas de suas ações. De forma bastante filosófica, ele se lembrava dos muitos inspirados que também falharam em sua vocação. Com Moisés, Davi, Salomão e São Pedro, Dom Martinès estava em boa companhia e, de certa forma, desculpado por suas "falhas e descuidos".
Nessas cartas, nessas abordagens, os Réaux-Croix dificilmente merecem o epíteto de "ingênuos" que lhes foi dado. Eles também não pecam pelo excesso de respeito. A opinião que eles tinham de seu "professor de ciências sobrenaturais" aparece bastante clara, sendo bastante negativa. O mais moderado entre eles, Grainville, deixa transparecer, em muitas ocasiões, o seu desânimo. "A Ordem entregue a Dom Martinès nunca prosperará, a Ordem entregue à ambição e à afetação também não, não sei ao certo como ela poderá prosperar e começo a acreditar que ela não prosperará de forma alguma. Talvez não seja uma grande perda". No entanto, Bacon de La Chevalerie, Luzignan, Champollon e Grainville estavam convencidos dos dons sobrenaturais de seu Grande Superior. Eles tranquilizavam Willermoz sobre a eficácia do método místico dos Coens. Eles compartilhavam com ele os resultados estranhos e reconfortantes que obtinham com ele.
Portanto, Jean-Baptiste Willermoz se esforça ao máximo em seus deveres como Réau-Croix. No entanto, os resultados são decepcionantes. Por algum motivo, em 1769 e 1770, as operações de equinócio foram adiadas novamente. Isso resultou no adiamento de qualquer possibilidade de fazer observações importantes. Nas operações mais simples, Jean-Baptiste Willermoz não obtinha nenhum resultado. O Mestre de Bordeaux ficou irritado, em janeiro de 1770, com os repetidos fracassos de seu discípulo de Lyon, enquanto, aparentemente, as graças caíam sobre aqueles do sudoeste. Ele permitiu que Willermoz fizesse pequenos trabalhos de três dias sempre que se sentisse bem disposto, às quartas, sextas e sábados; porém, isso não levou Willermoz a progredir. Ele não conseguia perceber nenhuma manifestação sobrenatural, apesar de seu esforço e desejo. Isso demonstra seu equilíbrio psíquico, o que é louvável, mas não eram as provas desse tipo que ele estava procurando.
Nessas circunstâncias, tornou-se muito útil reunirem-se para discutirem juntos as medidas adequadas para garantir o bem comum. Seria igualmente desejável que Martinès participasse desse colóquio. "Seria muito fácil", escreveu Grainville em 1º de junho de 1769, "chegarmos a um acordo se quisermos apenas nos explicar mutuamente. Não é justo que o Tribunal Soberano faça avanços sem saber o motivo, não é justo que o Soberano Mestre se desloque, trabalhe muito, compartilhe parte de seu conhecimento sem saber como. Uma vez em acordo nesses dois pontos, tudo deve correr bem, ou então estou enganado". Ele estava enganado. Nada aconteceu como ele previra. O Mestre se esquivou: uma doença de sua esposa, na primavera de 1770, consumia todo o seu tempo. Ele ofereceu aos reformadores apenas o auxílio de suas orações.
Grainville e Willermoz encontraram em Paris, em abril, apenas os membros do Tribunal Soberano, ou seja, Bacon de La Chevalerie e o marquês de Lusignan. No entanto, eles tentaram elaborar um plano sério de reorganização da Ordem e redigiram em conjunto uma carta para Dom Martinès. Eles colocaram claramente as condições que ele deveria aceitar para receber uma pensão adequada deles e o pagamento de suas dívidas. Pediram a ele que viesse morar em Paris para colaborar seriamente com seu Tribunal Soberano e levar consigo todos os seus papéis, para que documentos essenciais pudessem ser constituídos para instruir os Réaux-Croix antigos e novos. Por fim, exigiam uma justificação completa das cerimônias e a garantia de sua eficácia. Esse último ponto era particularmente importante para Jean-Baptiste Willermoz. Sentimos que ele deve ter colaborado nessa notificação com toda a severidade de um homem de negócios que não quer ser enganado.
Martinès, com sua sabedoria, esperou prudentemente antes de responder. Ele estava em uma situação difícil. Há muito tempo, ele conhecia o mau humor de Bacon de La Chevalerie, assim como o desânimo crítico de Willermoz. Ele tentou de tudo para afastar a tempestade, fazendo belas promessas de trabalho ao negociante de Lyon e detalhando o milagroso restabelecimento de sua esposa. Ele apresentou esse fato surpreendente como prova de seu poder, algo que "causava muito alvoroço em nossa cidade e província". Ao mesmo tempo, ele se esforçou para arrecadar algum dinheiro, aumentando o preço das constituições, cadernos de graus, jóias e acessórios. Ele não podia abrir mão das taxas de recepção de novos discípulos nem desagradar completamente os antigos, e desejava se livrar de suas dívidas sem se tornar prisioneiro daqueles que o pressionavam.
Ele recusou as exigências relacionadas ao dinheiro e ao plano de trabalho e conduta propostos. Sua carta de 11 de julho de 1770 chegou a nós através do longo resumo feito por Jean-Baptiste Willermoz. Com suas circunlocuções frequentes, sempre invocando um misterioso Mestre do qual ele seria apenas o intérprete, Pasqually deixou claro que o segredo da "Coisa" que seus discípulos buscavam residia apenas dentro deles mesmos. Ele já havia dito isso a Willermoz antes: para se tornar um bom Réau-Croix e um visionário perfeito, não era necessário ser um homem honesto. "É possível ser o mais perfeito homem honesto e não servir para nós." Agora ele só admitiria entre os eleitos aqueles que demonstrassem o dom de compreender os fenômenos sobrenaturais.
Os atuais Réaux-Croix teriam que se reformar por conta própria e seguir as prescrições temporais e espirituais de seu Mestre. E para avançar nas ciências que almejam, teriam que passar por um noviciado de pelo menos sete anos. No entanto, ele prometeu fornecer os esquemas das cerimônias de recepção, catecismos, instruções e até revelou estar escrevendo uma obra volumosa, que supostamente persuadiria até os maiores malfeitores a abandonarem seus erros. O título é tão atrativo quanto misterioso: "A reintegração e a reconciliação de todo ser espiritual criado com suas primeiras virtudes, força e poder na alegria pessoal que todo ser experimentará distintamente na presença do criador".
No entanto, não são essas promessas que acalmam a irritação de Willermoz e o levam a se submeter às razões, boas e ruins, de seu mestre. Devemos pensar que a paciência de Willermoz não vem de uma credulidade estreitamente relacionada à estupidez? Parece-nos que sua ingenuidade não é tão completa como foi retratada. Tivemos a boa sorte de encontrar, nas cartas de Grainville, o eco que o Sr. Le Forestier lamentava a falta: "a impressão que esta memória, ao mesmo tempo um apelo e uma repreensão, causou em seus leitores". Perfeitamente esclarecidos sobre o caráter de Martinès, resignados mais do que convencidos, Grainville e Champollon, seu companheiro de armas, decidiram não abandonar a Ordem dos Élus Coens. Não é de bom grado que eles permanecem unidos em torno de Martinès de Pasqually; mas eles estão intimamente convencidos da realidade do mundo imaterial que ele lhes abriu através de sua magia, e alguns deles têm provas tangíveis disso. Portanto, podem fazer todo tipo de sacrifícios, até mesmo suportar esse mestre questionável, se as instruções que ele anuncia permitem que se tornem verdadeiros sacerdotes de uma religião esotérica, que satisfaz tanto sua necessidade de absoluto quanto seu gosto pela experimentação. "Nós, como você vê, permanecemos na Ordem, apesar de tudo o que também poderíamos reprochar a Dom Martinès. Talvez não seja Dom Martinès pessoalmente que nos persuade dessa Causa, mas a Causa em si que nos atrai através da evidência, convicção e certeza que temos... nós só podemos desejar para você a mesma felicidade que desfrutamos." A fé dos discípulos de Dom Martinès manteve Willermoz entre eles, apesar de sua irritação. Irmãos tão distintos como Bacon de La Chevalerie e o marquês de Lusignan, um oficial sério e razoável como o cavaleiro de Grainville, outro oficial do regimento de Foix, Claude de Saint-Martin, de inteligência tão flexível, de fervor tão cativante, todos asseguram a ele a realidade do mundo espiritual onde Pasqually os introduziu. Além disso, todos vivem esse método místico, tendo provas impressionantes de sua eficácia.
Jean-Baptiste Willermoz, que não desfrutava dessa felicidade, ainda mantém dúvidas. No entanto, o Mestre trabalha para satisfazer seus discípulos da melhor maneira possível. Seu grande trabalho o ocupa por inteiro. É importante notar que, quando o Grande Superior dos Coens faz algo útil para sua Ordem, é porque ele tem algum colaborador ao seu lado. O suspeito du Guers desempenhou esse papel até 1768. Grainville, Champollon e Balzac, em 1768 e 1769, passaram seus semestres de inverno trabalhando com seu Mestre e escrevendo sob sua ditado os cadernos de graus.
Em 1769, Dom Martinès contratou um secretário ideal do qual ele se declarou encantado. Trata-se de um certo abade Fournié, "forte em religião, cerimônias e instruções particulares", que unia a todas essas qualidades a de ser perfeitamente diligente, embora pouco instruído, mas bastante apto a se tornar um bom visionário. Graças a ele, o trabalho avança, pelo menos é o que Martinès promete; até o final de 1770, Willermoz recebeu o anúncio do envio do grau de Grande Arquiteto e novas instruções para seus trabalhos de equinócio.
Nessa época, outro secretário, voluntário e de qualidade superior ao abade Fournié, veio ajudar o Grande Soberano dos Coens em meio aos seus trabalhos. Claude de Saint-Martin havia decidido abandonar a carreira militar para se dedicar à vida mística. Ele começou organizando um pouco os papéis de Pasqually, de forma a poder atender às solicitações que Willermoz fazia incessantemente. Em maio de 1771, o famoso grau de Arquiteto ainda não estava pronto. Faltavam os graus mais simples e nem mesmo se sabia ao certo quais lacunas precisavam ser preenchidas.
Don Martinès resolveu mais rapidamente a questão da taxa de assinatura de 50 écus por ano que os irmãos deviam pagar para receber os fragmentos de sua grande obra, mas ele não conseguiu enviar amostras. O cuidado com seus "assuntos temporais", que o obrigava a fazer viagens a Paris, era uma boa desculpa para tantos atrasos irritantes.
[Nota do Blog Primeiro Discípulo: "Écus" era uma antiga moeda de prata utilizada em muitos países europeus durante a Idade Média e o início da Idade Moderna. O termo "écus" era comumente usado em referência a moedas francesas, embora o nome pudesse variar de acordo com o país. Era uma unidade monetária que desempenhava um papel significativo no sistema financeiro da época, similar ao que o "dólar" representa atualmente em muitos países.
Vale mencionar que, atualmente, o termo "écus" não é mais utilizado como moeda, uma vez que a maioria dos países europeus adotou moedas diferentes ao longo do tempo. O euro (€) é a moeda oficial da maioria dos países da União Europeia desde 2002.]
Willermoz via nessa viagem a Paris uma oportunidade interessante para encontrar novamente seu Mestre. Ele precisava interrogá-lo, vê-lo e compreendê-lo melhor, não apenas para si mesmo, mas também para aqueles em Lyon que ele havia atraído para a nova fé. Talvez fosse possível, então, tomar uma decisão séria sobre a "Causa"? Sabendo que Pasqually estava em Versalhes, ele antecipou sua viagem a Paris para encontrá-lo. O encontro ocorreu na segunda quinzena de abril de 1771; parece que Pasqually se prontificou a isso sem entusiasmo e não fez nada para facilitar.
Realmente não se sabe se essas conversas acabaram por consolidar a convicção do escrupuloso habitante de Lyon. Vemo-lo ainda hesitando e buscando conselhos e opiniões de seu irmão e amigos. Eles se importavam com a Causa? Ainda estavam dispostos a "suportar os custos que isso exigiria"? Pois essa doutrina espiritual os levava a gastar consideravelmente.
A resposta foi pouco encorajadora. Em maio de 1771, apenas Pernon "está fortemente interessado na Causa", não importa o preço; Sellonf, por outro lado, desiste dela porque "tem medo de ser levado longe demais em relação aos seus costumes, religião e modo de pensar; ele compara isso a uma espécie de seita entre eles, onde o entusiasmo faz ver e acreditar em tudo". Quanto ao doutor, sua posição é complexa e parece que ele continua entre os Coens apenas por pura complacência em relação às ideias de seu irmão. "A crença não se dá por vontade de crer", explicava ele, "no entanto, farei o que puder para alcançá-la e cumprirei todos os compromissos que você fizer por mim."
Apesar do pouco entusiasmo de seu irmão e amigos, o poder de sedução do mago bordelês prevaleceu mais uma vez. Willermoz decidiu permanecer como praticante do Réau-Croix, embora não completamente satisfeito.
Isso porque Pasqually agora empregava mais habilidade para acalmar as escrúpulos e superar as hesitações de seus discípulos. Para apaziguar as preocupações de consciência de Sellonf, permitia que ele participasse da "Causa", escolhendo nas instruções o que considerasse bom para si, deixando de lado o que não quisesse. Não poderia ser mais flexível. E também não poderia adaptar mais o trabalho operatório do negociante de Lyon de acordo com suas conveniências, até mesmo determinando os períodos de equinócio com base na liberdade que ele tinha em seus negócios, em vez das fases da lua.
Pasqually também precisava ser indulgente consigo mesmo neste ponto, pois também estava muito ocupado com "assuntos temporais". O aumento das responsabilidades familiares, devido ao nascimento de seu segundo filho em maio de 1771, o obrigava a fazer viagens e tomar iniciativas para buscar fortuna. Ele partiu novamente para Paris em 5 de julho, de onde anunciou a Willermoz, em termos misteriosos, um "projeto vantajoso" para o público, o estado e a nação mais oprimida, no qual o incluiria. Ele demonstrava ter grande esperança no crédito que tinha junto aos ministros. "Se acontecer como penso, talvez precise ir a Lyon para me encontrar com você, não podendo escrever a você sobre esse empreendimento para não comprometê-lo, já que o segredo é a alma dos negócios." Dom Martinès estaria meditando sobre algum sistema inovador de loteria? Ele se vangloriava de suas relações distinguidas, tanto em Paris quanto no sudoeste do reino; segundo ele, foi graças a ele que seu cunhado havia acabado de receber a cruz de São Luís.
Fica em dúvida se Willermoz levava a sério o sucesso e as boas perspectivas de futuro. Ele tinha motivo para desconfiar, pois o pobre Pasqually, após encomendar um belo vestido de seda para sua esposa, só pôde pagar com promessas o "tafetá brocado, fundo branco, listras rosa" que Willermoz havia escolhido para combinar com o tom de pele dela, que era "morena clara".
Nosso amigo de Lyon já havia se acostumado com as inconsistências e a eloquência do seu Mestre do Sul. De qualquer forma, ele recrutou para a Ordem outro homem desejoso, seu amigo, o abade Rozier. Uma escolha valiosa, pois o abade não era apenas um maçom experiente, membro importante de antigas lojas em Lyon e Paris, mas também um naturalista distinto. De 1765 a 1769, ele havia sucedido o famoso Bourgelat em Lyon, fundador da Escola Veterinária, e em Paris, continuava seus trabalhos em botânica e agronomia. As ideias originais de Dom Martinès o seduziram, e eles passavam longas horas juntos. Curioso para testemunhar fenômenos extraordinários, o abade Rozier tinha um forte desejo de obter graus importantes. No entanto, apesar de ficar lisonjeado com o interesse demonstrado pelo abade Rozier, o "Grande Soberano" manteve-se reservado e o deixou estagnado, mesmo diante das reclamações dele e de seu amigo Willermoz, permanecendo apenas como Mestre Coen. Pasqually desconfiava dos padres, e encontramos o eco dessa desconfiança em Grainville e Saint-Martin. De fato, um clérigo instruído e preparado para a observação científica, como o abade Rozier, não parecia ser destinado a ser um bom Réau-Croix.
Willermoz parece ter suportado bem essas diversas decepções. A razão para isso é que, nessa época, ele não estava tão absorvido pela vida da Ordem Coen quanto parecia, se lermos apenas as cartas dos iniciados. Ele estava muito ocupado com seus negócios comerciais, que o levaram até a Holanda no verão de 1770, e com suas questões familiares, pois seu pai havia falecido no mesmo verão. Além disso, ele também estava distraído de suas dificuldades espirituais por uma certa Charmeaux, cuja saúde e conduta eram monitoradas por seu irmão, o doutor, durante suas ausências. É justo dizer também que, desde o ano de 1771, ele recebia conselhos de Bordeaux que o ajudavam a desenvolver confiança, resignação e paz.
O excêntrico e autoritário Mestre foi substituído por outro correspondente: Claude de Saint-Martin. Willermoz não saiu perdendo com essa troca. Consciencioso e prestativo, o ex-oficial do regimento de Foix fez o seu melhor para enviar ao Oriente de Lyon tudo o que era necessário para a existência do Templo: cadernos de graus, instruções para cerimônias, recepções e ordenações que os lyoneses ainda não sabiam realizar adequadamente. As informações que ele enviava tinham uma tendência a variar, devido às próprias variações de Pasqually, que era muito menos hesitante do que seus discípulos em mudar as diretrizes e obrigações de cada um.
Graças a Saint-Martin, Willermoz recebia textos de invocações para o trabalho diário, a tradução em francês das orações que deveriam ser feitas para seu pequeno trabalho de três dias, um plano muito conveniente para dispor as velas nos círculos mágicos, algumas precisões para os ângulos, círculos e símbolos onde o celebrante deveria se posicionar, um compêndio alfabético dos 2.400 nomes, números e hieróglifos dos Profetas e Apóstolos e poderes misteriosos que deveriam ser invocados e evocados, enfim, tudo o que satisfaria o mais exigente Réau-Croix.
Ao mesmo tempo, Claude de Saint-Martin tentava afastar seu correspondente de um formalismo muito rígido e o elevava a uma concepção mais pura da vida sobrenatural. Apesar de Willermoz estar dedicado em conhecer e executar em seus mínimos detalhes as cerimônias prescritas por Dom Martinès, parece que ele havia perdido um pouco de vista a virtude da completa abnegação de si mesmo, da submissão à vontade de Deus e à liberdade divina, que um verdadeiro místico deve praticar. Isso é o que Saint-Martin o lembra: "Acredito, meu caro irmão, que mesmo quando nos consideramos nas melhores disposições e quando todas as cerimônias são realizadas com a maior regularidade, a Causa ainda pode manter seu véu para nós pelo tempo que desejar; ela está tão pouco à disposição do homem que ele nunca pode, apesar de todos os seus esforços, ter certeza de obtê-la. Ele deve sempre esperar, sempre orar, essa é a nossa condição. O espírito sopra onde quer, quando quer, sem que saibamos de onde vem e para onde vai. Você teria, portanto, uma ideia errônea se pensasse que as ordenações e cerimônias tivessem um efeito tão infalível e rápido quanto as leis da natureza corporal. Nesta, tudo é passivo, e na outra, tudo é livre, pois tudo depende das graças do espírito." Uma orientação tão inteligente, atenciosa, que leva em consideração tanto as solicitações imediatas de Willermoz quanto sua formação geral, era bem adequada para conectá-lo permanentemente às doutrinas e práticas dos Cavaleiros Eleitos Coens.
Assim, com a ajuda de Claude de Saint-Martin, do abade Fournié, de Grainville e do tempo, Dom Martinès, Willermoz começava a vislumbrar a luz, se não por uma iluminação sobrenatural, pelo menos nos envios do Oriente de Bordeaux. Além disso, a doutrina do Mestre ia se libertando das práticas de magia cerimonial para se tornar uma teosofia das mais audaciosas. A primeira parte do Tratado da Reintegração já estava escrita.
O Tratado da Reintegração dos Seres, a principal obra de Martinès e que contém toda a sua doutrina, se apresenta como um extenso comentário dos primeiros livros da Bíblia. Seu autor o deixou inacabado. No entanto, a interrupção do trabalho não é tão grave quanto se poderia temer, pois, ao tratar de Adão, Noé, Abraão, Moisés e Saul, todos os assuntos são abordados simultaneamente. Esses personagens bíblicos, em longos discursos, nos fazem compreender o que Dom Martinès ensina sobre a natureza de Deus, do mundo e do homem, bem como sobre sua queda e redenção. Pode-se dizer apenas "o suficiente", pois o estilo deste livro é frequentemente confuso, e seu vocabulário especial não contribui para maior clareza. Tanto em seus pensamentos como em sua vida, Dom Martinès nunca se preocupou com contradições.
A queda original foi generalizada. A revolta dos seres espirituais precedeu a dos seres humanos. Deus os havia criado para celebrar sua glória, mas, tendo emanado de si, os tornou distintos e livres, colocando-os em um primeiro círculo "onde liam claramente e com certeza o que acontecia na Divindade". Essa contemplação não foi suficiente para todos, nem o cuidado com as causas secundárias, "poderes, virtudes, operações" que lhes foram confiadas; alguns desejaram igualar-se a Deus com sua vontade criminosa. Em punição, Deus criou o universo para ser a prisão deles, "um lugar fixo onde esses espíritos perversos deveriam agir e exercer toda a sua malícia em privação".
Após criar o universo, Deus emanou um ser para ser seu guardião e mestre - o homem. Embora tenha surgido depois dos primeiros espíritos, ele era superior a eles devido à vontade divina que o criou como seu igual, "homem-Deus" e verdadeiro Réau-Croix. Ele era o mestre do universo e de suas três partes: o universo, a Terra e o particular. O particular compreendia todos os espíritos terrestres e celestiais, e o homem primordial era, portanto, o mestre tanto dos bons quanto dos maus anjos.
O homem também era livre e se embriagou com seu poder. Sua escolha o levou a entrar no plano demoníaco em vez de seguir o plano divino. Seu espírito deu à luz o mal: ele tentou igualar-se a Deus. Sua transgressão repetiu a dos seres espirituais. O resultado de sua operação criminosa foi uma forma material, que se assemelhava à sua própria forma gloriosa, mas com o defeito de ser passiva e sujeita à corrupção. O desafortunado Adão, com seu orgulho, "criou a própria prisão". A punição não demorou. Deus o transformou nessa envoltura impura que ele próprio havia criado e, assim, em vez de poder ter uma posteridade espiritual, associando sua vontade à do Criador, ele teve apenas uma descendência de homens impuros e passivos. Ele também foi expulso do paraíso terrestre, a gloriosa morada que era seu domínio, para habitar na terra que antes governava, como o resto dos animais.
Essa é a forma como Martinès considera a queda do mundo e do homem. Ela foi possível, segundo ele, porque Deus está acima das causas secundárias e, portanto, acima do bem e do mal. Martinès destaca mais a liberação do mal do que do bem. Ele reconhece que tudo o que é bom vem de Deus e atribui o mal, de maneira bastante convincente, a um nascimento próprio do espírito das criaturas livres. Martinès enfatiza muito o livre-arbítrio de todos esses seres emanados; ele insiste nesse tema com muita frequência, afirmando que, para ele, o homem tem apenas um único poder - sua vontade. "O pensamento vem ao homem de um ser distinto dele; se o pensamento é sagrado, provém de um espírito divino; se é mau, provém de um mau demônio". Resta ao homem apenas a escolha.
Quanto à obra da reintegração propriamente dita do homem em suas "primeiras propriedades, virtudes e poderes" - que não são poucas - ela depende evidentemente, em primeiro lugar, da vontade de Deus. Ao conceder a Adão a capacidade de se arrepender, aceitando seu arrependimento, Deus lhe fez um grande favor; caso contrário, o infeliz teria permanecido como "menor entre os menores demoníacos". Ele teve permissão para expiar e começar a obra de reconciliação. Mas a reintegração não é uma tarefa simples. O homem precisa não apenas de uma vontade bem direcionada no sentido da vontade de Deus, mas também da ajuda de seus seres espirituais intermediários, uma vez que o infeliz, enredado na matéria, não pode mais conhecer a vontade de seu criador diretamente. Ele precisa de intermediários. Além disso, ele precisa resistir ao ataque dos demônios. Esses seres perversos têm uma "conduta atroz" em relação a ele; a forma humana os excita particularmente porque lhes lembra do poder que ele tinha antes. Eles fazem de tudo para que o ser menor não recupere parte de sua grandeza passada, tornando-se assim um "menor espiritual" e, portanto, seu mestre.
A religião, como meio de reconciliação, deve nos capacitar a nos comunicarmos com os espíritos puros e dominar os impuros, a fim de ficarmos o mais próximos possível do Criador. Na teosofia de Martinès, há toda uma série de reconciliadores cujos sacrifícios foram aceitos pelo Senhor para realizar a salvação da humanidade. Abel, Enoch, Noé, Isaac, Jacó e, principalmente, Moisés, e depois Salomão, são os verdadeiros exemplos desses sábios "menores espirituais". Pasqually escreve que a vinda de Cristo é o ponto culminante dessas reconciliações sucessivas e que sua religião é superior a todas as outras. Infelizmente, os hebreus perderam, por meio de apostasias repetidas, o verdadeiro sentido do sacerdócio, e os padres cristãos, assim como os sacerdotes israelitas, estão fazendo o mesmo e esquecendo a religião do "ser regenerador" universal. As ameaças que Moisés dirige a Israel, se esquecerem as "operações do culto depois de tê-las experimentado", e a todos aqueles que da mesma forma "não seriam tão exatos em preservar essa magnífica herança, sem manchas ou impurezas", certamente se aplicam a outros além da tribo de Levi. Martinès considera, de fato, que apenas alguns sábios têm o "monopólio" da verdadeira religião e são "eleitos pelo Senhor para conservá-la e transmiti-la por tradição secreta". Ele, de fato, chegou a persuadir seus discípulos de que possuía um pouco dessa verdadeira ciência, perdida pelos sacerdotes, o que permitiria aos "homens de desejo" familiarizados com essas esferas celestes tornarem-se "menores espirituais", capazes de operar sua própria salvação e também de cooperar com a reintegração geral do mundo caído.
I.C.J.M.S.
Que Nossa Ordem Prospere !!!
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