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Desilusões de Jean Baptiste Willermoz - Parte 2

Esse é um extrato do Capítulo V do livro “Un Místico Lyonés y los secretos de la Francmasonería, Jean Baptiste Willermoz (1730-1824)”, de Alice Joly.


Nele o autor discorre sobre assuntos como as desafeições de Willermoz e o seu descontentamento com a Estrita Observância Templária, uma certa inimizade com Louis-Claude de Saint-Martin, com o Templo dos Filósofos Elus Cohen lioneses de 1.774 a 1.778, o desenvolvimento da doutrina de Pasqually, a decadência da Ordem Cohen, os sucessos mundanos do Filósofo Desconhecido na sociedade parisiense e encerra com uma meditação sobre uma reforma pessoal da maçonaria por Jean-Baptiste Willermoz.

Nesta segunda parte introduziremos a questão dos Cohens em Lyon, da doutrina de Martinez de Pasqually e de como os lioneses tiveram que trabalhar sobre ela para dar-lhe alguma coerência (assunto que adentrará a terceira postagem da série)


A Desafecção de Jean-Baptiste Willermoz Pela Estrita Observância Templária e Pelo Templo dos FIlósofos Elus Cohen de Lyon - Parte 2

Alice Joly


Conforme passavam os meses, Jean-Baptiste Willermoz perdia gradualmente as ilusões que havia nutrido acerca da Estrita Observância Templária. A pobreza da doutrina da ordem alemã parecia-lhe cada vez mais insuportável e a medida que se tornava melhor conhecedor dos acontecimentos internos e da desordem que reinava nas lojas da Alemanha; enquanto na França, teve que reconhecer que os Diretórios Escoceses nunca chegariam a parear sua importância com o Grande Oriente.


Mesmo em Lyon o zelo estava enfraquecendo; seduzidos momentaneamente pela possibilidade de participar de uma iniciação para eles desconhecida, os irmãos escolhidos por Willermoz entregaram-se com prazer à uma ordem com nome e divisas latinas, onde podiam portar insígnias cavaleirescas e a cruz vermelha dos Templários, mas com o passar do tempo foram enfastiando-se das cerimônias criteriosamente regulamentadas e mesmo os trajes mais bem elaborados acabavam mesmo é por lhes parecer banais. Assinalemos também a atonia dos irmãos de “La Beneficencia”.


Seu Chanceler, ab Eremo, podia cada vez menos deixar-se levar por ilusões a respeito desse assunto; desde 20 de maio de 1777 seu jovem irmão Antoine Willermoz enviou-lhe uma longa carta onde narrava todas as debilidades da instituição, sem amenizar as causas (1). Assim, viu Jean-Baptiste Willermoz, que a Ordem Alemã, ainda que lhe fosse bastante querida, só tinha importância imaginária; que os ofícios do Capítulo eram “quiméricos ou velados” e que os planos de organização, reforma e propaganda eram também totalmente ilusórios. “Até o momento”, escreve,”não acho que seu cargo seja impossível de preencher, quanto aos demais podem ser preenchidos por nomeações temporárias.”. É provável que somente Jean-Baptiste Willermoz soubesse o que estava a fazer em meio a esse imbróglio, Antoine confessa não saber e se surpreende com o fato de seu irmão ter-se afastado dos maçons regulares objetivando lançar bases a um estabelecimento ainda mais material, cuja organização “viciosa” excita a vaidade e a ambição; ele é claro, a essa altura dos acontecimentos, já não ignorava os planos secretos da Estrita Observância Templária, seus “mexericos” e suas desordens; para Antoine, o passado dessa sociedade é triste ao passo que seu futuro, é incerto. Por outro lado, Antoine expressa seus medos não somente como um simples maçom regular, mas como iniciado Cohen. Chegara mesmo a confidenciar a Mme Provensal que seu irmão, que conhecia um caminho mais curto, havia comprometido seus discípulos em caminhos incertos. Que necessidade havia de ir buscar em outras sociedades os conhecimentos que seu grupo já possuía? Por acaso há duas verdades possíveis?


Todavia o mais velho dos Willermoz não julgava a reforma trazida pelo Barão Weiler com tanta severidade como seu irmão Antoine. É fato que seu desânimo crescia, todavia ainda não lhe permitia notar os erros evidentes ali presentes. Seu amor próprio, vivo em demasia, fazia com que seu prestígio fosse alvo constante de suas preocupações, o que lhe proibia de interromper uma experiência decepcionante e reconhecer que estava enganado. Um só meio se oferecia para conciliar todos os seus desejos e escrúpulos: reformar por completo a Ordem. Isso se constituiria na “mão firme” que poderia conduzir a seu “verdadeiro objetivo”. “Me atrevo”, escrevia a Hesse em 12 de Outubro de 1781, “a formular um projeto que será para ela, ao menos em minha pátria, um de seus guias, e de usar nela as luzes que recebi em outro lugar”.

As “luzes” em questão eram as que provinham de Pasqually. O que dele viera parecia muito mais precioso para Willermoz do que aquilo que, até então, tinha sido usado para propagar a Estrita Observância Templária em França.


Os Réau-Croix dedicavam-se regularmente a seus trabalhos, que incluíam orações, meditações e práticas teúrgicas (3). Willermoz era um Réau-Croix dedicado quanto a seus exercícios místicos; dessa fase de nosso amado lionês restaram poucos registros: um pequeno livro coberto com seda roxa e um broche de prata adquirido após a morte de Pasqually, composto por imagens simbólicas, provavelmente comprados durante viagem aos países baixos; o livro, diga-se de passagem, aparenta bastante uso dado às marcas que contém.


Mas, não obstante sua fé e sua aplicação, Willermoz acabou nunca recebendo a resposta inefável que esperava, nem a comprovação por meio de manifestações físicas por parte dos espíritos puros que invocara e para os quais oferecera fino incenso, de sua qualidade como menor espiritual e de sua reintegração.


[Nota do Blog Primeiro Discípulo: Se a teurgia de Pasqually tinha algum valor de fato então podemos concluir que nosso bem amado irmão, não tendo recebido os sinais de “la chose” como indicativo de seu sucesso, não estaria apto a nos guiar nos caminhos da reintegração (dado que nem ele os teria trilhado); no entanto, se depositamos fé que nosso irmão tenha sido bom homem e merecedor (bem como que tenha conquistado a alegria) de trilhar o caminho da salvação, então temos que admitir que o sistema de Pasqually era - no mínimo - falho, para não dizer diretamente que era na verdade um engodo].


Mas a direção e as instruções do Templo Cohen já eram elementos que lhe traziam contentamentos suficientes para compensar o seu fracasso como teurgo (4). A atividade desse círculo esotérico dependia totalmente dele que correspondia a essa necessidade com muito amor e dedicação. E, não obstante seus fracassos como magista (ou seja lá que nome se dá a isso), continuava a receber instruções dos mestres especialmente dotados em teurgia prática e teórica: Louis Claude de Saint-Martin e Hauterive. O primeiro, após uma ausência de várias semanas e tendo já feito as pazes com seu amigo, voltou a habitar a pensão que havia abandonado ficando nela até por volta do final de junho de 1776 (5). já Hauterive havia chegado a Lyon em Julho de 1775, ocasião em que ofertou aos lioneses suas instruções; sua “penúltima” conferência data de 4 de outubro de 1775 (6).


Esses dois instrutores trouxeram ao templo de Lyon não apenas o resultado de suas meditações pessoais mas também os ensinamentos orais e o eco do pensamento e do estilo de seu falecido mestre. E isso era essencial para o funcionamento do Templo. Os Cohens de Lyon, “homens de desejo”, eram apenas medíocres em relação às especulações metafísicas e não se acanharam em solicitar aos mestres esclarecimentos sobre as verdades contidas no Tratado de Reintegração dos Seres que lhes parecia escrito de forma desordenada e de uma obscuridade ininteligível (7).


Embora as notas das conferências realizadas em Lyon entre janeiro de 1774 e setembro de 1776 (8) não resultem como provas de um método rigoroso, possuem ao menos o mérito de tocar nos pontos importantes da doutrina, fornecendo-lhes precisões, esclarecendo, se não elucidando (9), certos detalhes, preenchendo-lhes as lacunas e demonstrando, sobretudo, o trabalho empreendido por Willermoz e seus amigos para assimilar essas complexas questões. O lionesses estudaram, sob a ótica de Pasqually, os problemas da natureza de Deus. Tal ótica não coaduna com o pensamento cristão e, consequentemente, com aquilo que a Igreja ensina a respeito da Santíssima Trindade, já que considera Pai, Filho e Espírito Santo, não como três pessoas distintas, mas como tres faculdade do Ser Criador (10).


Não por três, mas por quatro, que dividiam a essência de Deus. Segundo eles, Deus é trinitário por suas faculdades e quádruplo por sua natureza. Quatro essências ou potências constituem por inteiro o pensamento, a vontade, a ação e a operação. O universo criado reproduz essa mesma divisão, com a imensidão divina, o supraceleste, o celeste e o terrestre. O mesmo homem, tal e como o criou Deus, também é de essência quaternária (11) , refletindo a imagem de seu Criador. Se entendemos bem os termos empregados, parece evidente que os discípulos de Pasqually não separavam Deus de sua obra, e que seu conceito da divindade se resolvia, em última análise, num panteísmo curiosamente preciso e complicado (12).


A obra divina compreendia o mundo dos espíritos, o mundo físico e a criação do homem.


Os seres espirituais eram coeternos com seu criador e não tinham outra existência e outra inteligência que a de Deus (13), somente uma livre vontade da qual estiveram dotados a partir do momento de sua emanação constituía sua personalidade.


O mundo físico seria uma consequência da revolta dos anjos. Pasqually tentava preencher o que deveria lhe parecer uma lacuna da Bíblia, ensinando que a matéria e o espaço, assim como o tempo, eram, em suma, o castigo dos perversos, a “prisão” (14), onde Deus os encerrara para limitar os efeitos de sua voluntária revolta. Retomava assim as teses gnósticas, apontando o mal como causa e característica da matéria. Suas teses entravam em todo tido de detalhes acerca da hierarquia dos seres que constituem o mundo: físicos, espíritos planetários maiores e inferiores, espíritos do “eixo do fogo central” dos quais dependem os veículos ou “almas passivas” dos animais, vegetais e minerais, “destinados a manutenção das formas” (15). Esta classe inferior de “seres espirituais corporais” distinguia-se sobretudo de outras, porque o Ser Criador não lhes havia dado o livre arbítrio.


O mal, teria provocado, ainda, a emanação do homem. Um dos pontos originais dessas doutrinas é a imensa importância dada a Adão no plano divino. Instruído como “Maior dos maiores”, o “menor espiritual” devia reger toda a criação, assim como o devir do “Deus Temporal” dos espíritos bons e maus, puros ou materiais, contidos nos círculos da imensidade celeste e supraceleste. Acredita-se que a natureza do homem tenha sido objeto de abundantes comentários nas conferências do Templo de Lyon. Precisavam estudar sua natureza primitiva e qual o resultado de sua prevaricação. Isso era extremamente necessário a eles, dado que observando a nós mesmos, caso saibamos ver, podemos enxergar “o espelho da criação e a imagem do Grande Templo Universal” (16); isso permitiria ver o grau de decadência e a extensão da tarefa a cumprir para apagar os vestígios da falta original em si mesmo e no universo, com o qual se corresponderia intimamente.


Toda a doutrina de Pasqually se encontra estudada nas notas instrucionais de Willermoz. De fato, pode-se dizer que ela está mais clara em suas notas do que no Tratado de Reintegração dos Seres, apresentando-se como uma espécie de espiritualismo integral que abarca todo o real: planetas, estrelas, homens, plantas, animais, minerais, elementos, fenômenos físicos, manifestações da vida, faculdades do espírito, uma substância imaterial durável ou momentânea, vinda mais ou menos diretamente de Deus. Como imagens dessa realidade espiritual, os números (17) são “a expressão do valor dos seres, o sinal ao mesmo tempo sensível e mais intelectual que o homem pode empregar para distinguir suas classes e suas funções na natureza universal".


O caso aqui não era apenas assimilar a doutrina de Pasqually, mas de completá-la. O Tratado de Reintegração dos Seres era extremamente mal redigido, sendo muito prolixo em relação ao tema da queda, conseguira unicamente esboçar seu principal objetivo, que era a regeneração do homem. Os lionesses se viram obrigados a preencher essa importante lacuna.


Notas:


1 - Lyon, ms. 5525, p. 9. O mau humor do correspondente tem como origem seu renúncia a suas dignidades capitulares, que lhe tinham sido entregues por seu irmão mais velho. Antoine tinha, portanto, muito a dizer-lhe sobre seus quiméricos ofícios.


2 - É justo dizer que Antoine Willermoz subordinara sua decisão à de seu irmão, e que mesmo demonstrando desdém pela Ordem reformada, parecia estar muito satisfeito com as atraentes relações que ela lhe proporcionara, bem como com a recepção calorosamente amigável do Capítulo de Turim.


3 - A correspondência entre Saint-Martin e o abade Fournié fazem alusão a trabalhos teúrgicos dos membros da Ordem Cohen.


4 - Nota do Blog Primeiro Discípulo: ou Willermoz era incapacitado para a teurgia ou não era suscetível a se auto enganar tal qual cremos que os que sustentaram ter sucesso em tão supersticiosa “arte” o eram.


5 - É o que se conclui quando se entre em contato com as cartas escritas por Saint-Martin a Willermoz. Uma das quais - datada de 6 de julho de 1776 - parece ter sido enviada logo após uma nova partida de Lyon.


6 - Lyon, ms. 5476, p. 30. Tal instrução se consagra a “Relações da reprodução, vegetação e reintegração dos corpos, com a produção primitiva, manutenção e reintegração das essências fundamentais para a criação do universo”.


7 - Nota do Blog Primeiro Discípulo: guardamos a mesma impressão, não por limitações a respeito da metafísica mas pelo fato de que os escritos de Pasqually são sim confusos, verborrágicos e faltosos de sentido mesmo ante as tradições em que buscam se apoiar.


8 - Lyon, ms. 5476, pp. 1 a 30.


9 - Nota do Blog Primeiro Discípulo: Sejamos francos, corrigindo mesmo.


10 - Pensamento, vontade e ação; "o quadro das três faculdades poderosas, inatas no Criador, nos fornece uma ideia do mistério incompreensível da Trindade: o pensamento dado ao Pai; o Verbo ou intenção, dado ao Filho, e a operação atribuída ao Espírito. Como a vontade segue o pensamento, a ação é o resultado do pensamento e da vontade". Lyon, ms. 5476, peça 1.


11 - Lyon, ms. 5476, p. 2. "Emanação quaternária do homem proveniente da quádrupla essência divina representada pelo pensamento, a vontade, a ação e a operação; de onde a adição completa, o denário ou 10, ou o um no centro rodeado por um círculo, sendo este o emblema da potência eterna e da criação universal e aquele o centro invisível que representa a unidade indivisível de onde tudo provém, e para a qual tudo será reintegrado".


12 - Nota do Blog Primeiro Discípulo: O nome 'Panteísmo' foi forjado em 1705 pelo filósofo inglês J. Toland e é a doutrina que ensina ser Deus o Hèn Kai Pãn dos gregos, o "UM é Tudo", a única substância existente, a qual, por via de emanação, se manifesta nos diversos entes visíveis. Deus , pois, seria o substrato neutro impessoal, preposto por cada fenômeno da natureza. Acha-se em contínua evolução; em cada indivíduo humano que se aperfeiçoa, é a Divindade que vai tomando consciência de si. No decorrer dos séculos vemos o panteísmo assumir modalidades diferentes: alguns ensinam simplesmente que "tudo é Deus e Deus é tudo" , há os que dizem que Deus é ALMA do mundo ou princípio ( "espiritual", como costumam dizer) imanente que dá substância ao mundo. Qualquer uma das fórmulas implica que Deus se identifique , de forma total e parcial, com a natureza posta em evolução.


Tendo pois uma definição e uma conclusão sobre o que implica o panteísmo, submetemos-o a razão e então tiramos daí três observações:


I - Deus não se pode, nem de forma parcial, identificar com o mundo. Ora, sendo Deus o Absoluto, Necessário, Ilimitado (e o panteísmo reconhece isso) e o mundo sendo relativo, contingente e limitado em suas perfeições (o que demonstra a experiência ) não podem de forma alguma ser a mesma coisa sendo coisas opostas. Só para citar como pode o mesmo sujeito ser simultaneamente, e SOB O MESMO PONTO DE VISTA, Absoluto e relativo ? Esses predicados excluem um ao outro.


II - Deus não pode evoluir nem progredir, pois toda evolução implica em aquisição ou perda de perfeição; de qualquer forma, supõe imperfeição, o que é absurdo em Deus. Admitir um Deus ou uma Substância divina em evolução é explicar um mundo não por um SER Absoluto, mas por um "Tornar-se" absoluto; ora, o "tornar-se" absoluto é contraditório em si, pois "tornar-se" significa lacuna em demanda de plenitude, ao que ABSOLUTO diz perfeição plena.


III - O terceiro ponto é mais uma questão que uma afirmação: A substância única do universo que evolui para sua maior perfeição, como se eleva acima de si mesma ? Se é a única realidade , onde encontra apoio para subir ? ... Onde encontra a fonte das perfeições que ela por definição não possui ? o "mais" sairia então do "menos" ? A LÓGICA ensina justamente o contrário ... Para a lógica a evolução do imperfeito para o perfeito supõe na base de tudo uma realidade de perfeição infinita; é a atividade deste Ente primordial que produz novos seres, os quais são necessariamente menos perfeitos e, por isso mesmo, finitos, pois não se pode ter dois infinitos ou dois absolutos sob o mesmo ponto de vista. O ENTE primordial (maiores informações sobre ENTE são obtidas na obra de Tomás de Aquino e de Aristóteles) nada ganha quando produz seus efeitos, pois ao infinito nada se pode acrescentar; logo, ele é essencialmente distinto dos seus efeitos e do mundo. É o DEUS TRANSCENDENTE que não toma consciência de SI, mas desde todo o sempre é Personalidade plenamente consciente.


Algumas vezes ouvimos a seguinte fórmula que tenta salvar o panteísmo:


"Deus está presente, imanente em todas as coisas, como a alma se acha no corpo."


A proposição é ambígua. Se significa que Deus é imanente a tudo como elemento integrante (e tal é o sentido que o filósofo panteísta lhe dá) a fórmula não se exime das dificuldades anteriormente propostas: Deus não pode ser constituído de seres em evolução.


A sã razão pode no entanto adotar essa forma admitindo que Deus esta presente a tudo, simplesmente como o agente está presente a qualquer dos objetos da sua ação. E é essa a proposição que o Cristianismo reafirma dizendo:


"Deus é o Criador que do nada tirou todos os seres e os conserva na existência; por conseguinte, onde é que haja uma parcela de ser , Ele aí está presente - presente, porém porque age, conservando, não porque se identifique com a substância do ser contingente". Logo, de acordo com a filosofia Cristã Deus é transcendente (pois ultrapassa infinitamente os demais seres em perfeição) e imanente (sua ação criadora e conservadora atinge o íntimo de tudo o que existe).


Assim, tudo o que existe está dentro da ação causal de Deus porém tudo que existe é limitado e é substância distinta da substância de Deus.


13 - Lyon, ms. 5476, p. 24.


14 - Lyon, ms. 5476, p. 23: “A criação universal é a prisão do perverso”.


15 - Lyon, ms. 5476, p. 7. Distinção importante entre os seres espirituais corporais, os seres espirituais temporais, os seres espirituais puros e simples, etc... Estabelecia-se uma classificação muito precisa desses seres em suas relações entre eles e as que tinham com seu Criador. Classificação que Don Martinez desenhou de forma imaginária em seu Quadro Universal, e sobre o qual as instruções trazem comentários mais ou menos claros. Ibid. pp. 3-30.


16 - Lyon, ms. 5476, p. 21.


17 - Ver, por exemplo, em ms. 5476, pp. 3, 16,17, etc. Os lioneses estudam os números divinos: 1,2,3,4, cujo total 10 seria a perfeita expressão do Criador; o 5, que indica a ação perversa, o 6, a criação animal, etc. O fato é que aprenderam algumas operações engenhosas, cujo resultado é explicado não menos engenhosamente à luz de sua teoria.


I.C.J.M.S. Que Nossa Ordem Prospere !!!




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