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LIBERTATEM LAPIS

Matéria aparente e Espirito real por Jean Baptiste Willermoz

Atualizado: 16 de out. de 2020




Em 1796 Jean Baptiste Willermoz, com então 65 anos de idade, contraiu matrimônio com uma órfã chamada Jeanette Pascal, de 24 anos. O casamento lhe causou grandes pesares. Não por ter sido infeliz em sua vida matrimonial, muito pelo contrário; mas sim pelo fato de, ao final de sete anos, em 1804 (Willermoz tinha então 74 anos), a Sra. Willermoz ter dado a luz a uma menina que viveu somente alguns dias; no ano seguinte deu a luz a um filho e posteriormente, em 1808, um parto prematuro tirou a vida de sua esposa e da criança. Assim, "depois de doze anos de felicidade sem queixas" (segundo suas próprias palavras), Willermoz tornou-se viúvo aos 78 anos de idade, tendo sob sua responsabilidade um filho de três anos (nascido em 20 de Setembro de 1805), em quem depositou todas as suas esperanças.


Tendo em vista a futura instrução de seu filho, Willermoz redigiu importantes documentos. Nove cadernos classificados em seus arquivos sob o seguinte título geral: "Instrução secreta e particular a meu filho, para ser-lhe comunicada quando atingir a idade de perfeita maturidade e caso venha a demonstrar ser digno de recebê-la" (atualmente, tais instruções encontram-se no fundo Kloss da biblioteca do Grande Oriente da Holanda, em Haia). Estes textos, nos quais Willermoz expõe suas concepções religiosas e metafísicas - as quais, como veremos, estão estreitamente ligadas - são de um interesse capital, pois estão escritas de modo aberto, sem ter seu pensamento disfarçado para satisfazer a política maçônica. O Texto a seguir é um extrato desta obra, redigido de próprio punho por Willermoz.


A matéria não tem e não pode ter nenhuma realidade e estabilidade absoluta, porque somente Deus pode dar essa realidade às criaturas emanadas de sua essência divina, com efeito, já o deu e continuara provendo os seres espirituais de inteligência humana já que todos são emanados de seu seno. De onde tomaram a individualidade, o vigor, a inteligência e a vida imortal que os caracterizava, convertendo-se deste modo, através da emanação do Divino, em partícipes da mesma natureza de seu princípio gerador que é Deus. Entretanto o homem primitivo foi enganado e subjugado pelos conselhos pérfidos de seu inimigo, que conhecia o sublime destino do homem espiritual, arrastando-o ao crime. Modificando o seu entorno e os desígnios da Justiça divina e destruindo os da Misericórdia ao antecipar-se, erroneamente, do tempo que Deus havia decidido para a criação da matéria, agravando assim seu crime. Por intermédio de seu inimigo; concluiu-se a desgraça de Adão, fazendo recair sobre si mesmo e para toda sua posteridade o justo castigo da expiação, reservado também a seu sedutor, posto que por esta culpável antecipação acabasse por criar sua própria prisão”.


Os homens seduzidos pelas aparências que, incessantemente perturbam seus sentidos enxergando apenas a matéria em tudo e em todas as partes, acabam por cair em uma espécie de embrutecimento que não os permite discernir nenhum sinal de espiritualidade em seu Ser pensante. Estes se revoltarão contra nossa assertiva de que a matéria é somente aparente e não tem nada haver com a verdadeira realidade, parecendo-lhes errônea e excêntrica, porem não é a eles a quem nós dirigimos nossa asserção. Sabemos que são surdos e cegos e ainda incapazes de compreender-nos. Os deixamos aí, enterrados nessa alta ciência a qual estão tão aferrados. Entretanto, existe uma multidão de outros que, ainda hesitantes e inseguros, estão desembaraçados e dispostos a reter a Verdade quando esta se apresentar diante deles. Tem necessidade de auxilio para percebê-la. A estes diremos: busquem nas fontes que a ocultam e não esmoreçam nesta procura”.


I.C.J.M.S. Que Nossa Ordem Prospere !!!

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