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LIBERTATEM LAPIS

O RER, A ALQUIMIA E A IGREJA

Atualizado: 16 de out. de 2020


Extrato da Instrução secreta dos Professos, manuscrito 5475, documento 2, da Biblioteca Municipal de Lyon, por Paul Vulliaud de sua obra “Joseph de Maistre Franco-Maçom".


O mesmo erro que desviou o homem primitivo de seus atos espirituais para fixa-lo aos resultados tenebrosos da matéria, forma a base dos Adeptos (Alquimistas). É na decomposição dos Seres materiais e pelas manipulações de sua arte, que esperam descobrir uma verdadeira luz para o homem e encontrar o espírito vivificante da natureza. Porém aquele que está iluminado pela verdadeira Ciência, sabe que não é na matéria donde ha que buscar nem a luz nem o Espírito da Vida”.


Para favorecer seu êxito nestas vãs buscas; os Alquimistas (Adeptos) em estado de cegueira, para tomar consciência da verdadeira Ciência alguns de seus métodos apontam para uma pregação sacrílega ao Grande Arquiteto do Universo, como se pudessem ignorar a Lei imposta aos homens, consistente em elevar-se constantemente por cima dos atos materiais para edificar Templos dignos d´Ele”.


Assim, o que deve alijar-nos da arte dos Alquimistas, é que empregam em uníssono os meios mais incompatíveis, crendo-os igualmente necessários para a consecução de sua obra. Nesta via, juntam em suas manipulações atos de uma ordem superior que nunca deveriam mesclar constituindo uma insigne profanação e os prostituindo com resultados materialistas”.


Por outro lado, todo Alquimista mais persistente e versado em sua arte pode esperar, quando muito de sua perseverança, é o penetrar até os princípios elementares dos Seres corpóreos submetidos a suas manipulações e obter fenômenos diferentes da Lei de ação temporal individual que lhe são próprios. E é precisamente isto que demonstra o quanto é vã a Ciência dos Alquimistas, posto que, não se pode procurar nestes Seres de vida aparente nenhum fruto verdadeiramente apropriado ao homem”.


É por tanto esta a única finalidade da Ciência da qual os homens cegos falam com entusiasmo e que os aparta do único objeto digno de sua busca, queremos dizer, da Luz que todo homem pode perceber quando emprega os meios que já se encontram nele e na natureza”.


Eis aqui, meu Querido Irmão, o que não deverás nunca ignorar da Maçonaria dos Alquimistas. Lembrar, quando vos encontrar em situação de dar vosso sufrágio para a admissão de um profano, que é primordial examinar rigorosamente àqueles que são partidários de tal arte e que não deverás jamais conceder-lhe admissão, sem que antes ele por si mesmo tenha se convencido de que tal trabalho não se alinha com a maçonaria das Ciências espirituais Divinas".


Em nossa língua a literatura sobre o Rito Escocês Retificado é extremamente escassa ou exaustivamente repetitiva. Exatamente por esse motivo é de suma importância que os irmãos que queiram estudar o R.E.R. abram mão dos conceitos relativistas (que se escondem sob uma capa “universalista”) presentes em outros ritos maçônicos, sob pena de, ao não fazê-lo, deixem fugir de seu poder de apreensão a verdadeira mensagem que os irmãos do seculo XVIII nos legaram.


É óbvio que Willermoz e seus contemporâneos não construíram o rito a partir “do nada”. Certamente eles acumularam conhecimentos diversos de outros ritos maçônicos, bem como de outras fontes (como já tivemos a oportunidade de tratar em postagens anteriores) e os utilizaram na construção do R.E.R. Porém é igualmente obvio que a interpretação e o emprego destes conhecimentos foi um trabalho único de caráter particular (de cada um de seus fundadores) para o Regime, unindo um desejo coletivo de uma maçonaria mais fiel a sua origem bem como o retorno da Ordem a seu verdadeiro princípio, que se perdeu em uma infinidade de cismas e reformas (interiormente e exteriormente) ou simplesmente era ignorado nos ritos maçônicos à época.


Este princípio se confunde com os tempos da maçonaria operativa, quando a beleza e a perfeição na construção das belas catedrais europeias foi se transferindo para a "construção" do homem perfeito na maçonaria especulativa, onde a verdadeira beleza a se edificar na terra é da própria Alma Humana que, por sua origem, é mais bela que qualquer construção.


Todos os trabalhos maçônicos tinham então como finalidade a união do homem a seu verdadeiro cerne, sua origem divina e, por consequência, que sua imagem como reflexo da Perfeição se espalhasse pela terra em boas e fiéis obras.


Ainda em nossos tempos, os cismas que se originaram naquela época se fazem presentes. Um deles é o das Instituições Maçônicas e da igreja Cristã, em grande parte causado por irmãos maçons que enxertaram na maçonaria especulativa teorias e praticas de magia e de ocultismo totalmente alheios aos princípios que a Ordem Maçônica cultivara até ali. Teorias e praticas que a cristandade enxerga como pagãs ou como sendo uma tentativa de remover o Cristo Rei de seu trono para, ali, assentar o homem exaltado por si mesmo … o que os estudiosos cristãos chamam de antropoteísmo.


Esse “cisma” em particular se arraigou tão profundamente nos meios maçônicos que gerou uma verdadeira incompatibilidade entre religião cristã e maçonaria, ao ponto de alguns irmãos acharem que a simples menção do nome de Jesus Cristo em Loja é um sacrilégio para a filosofia maçônica (sempre retocando a fala do irmão que mencionou com comentários como: “você quer dizer cristo cósmico”, ou ainda, “mas o cristo que você diz é Yeshua né?” …), mesmo que a já citada origem da Ordem e dos sinais que se preservam na quase totalidade dos ritos maçônicos: o Livro da Lei, as personagens bíblicas que são o mote de vários graus maçônicos, dentre outros exemplos.


É lógico que todos os maçons devem professar livremente a sua fé. Mas de modo particular, o maçom retificado deve professar a fé na Santíssima Trindade e ter a determinação e a coragem de ser cristão confesso (conforme nos é solicitado em vários momentos pelos rituais aos quais nos submetemos em nossa trajetória no rito).


No livro do século XV de Tomás de Kempis: "A imitação de Cristo", encontramos um ponto em comum entre a proposta do R.E.R e a proposta da Igreja Cristã: Uma espiritualidade cristocêntrica, única cura possível ao mal de uma humanidade cada vez mais materialista e vazia. Isso é o que a cristandade propõe com a submissão e a adoração a Jesus como Filho do Deus vivo, e o que o R.E.R propõe quando oferta os meios para que o homem homem retorne a sua condição adâmica (primeira) tal como o Cristo o fez em perfeição nesta terra.


Os dizeres da Instrução dos Professos que lemos acima são um alerta ao maçom retificado. Para que mantenha sua crença na Trindade Divina, na Fé e nos puros ensinamentos do Livro da Lei. O RER é prova de que existe uma perfeita harmonia entre a Igreja e a Maçonaria. Ambas podem conviver em paz. O RER complementa e fortalece a fé do cristão o auxiliando no caminho da Verdade.


I.C.J.M.S. Que Nossa Ordem Prospere !!!

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