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Reflexões sobre o Cristianismo Transcendente em Joseph de Maistre

Atualizado: 16 de nov. de 2024

“Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino” - 1 Coríntios 13:11.


Na passagem acima, o Apóstolo Paulo nos apresenta uma reflexão profunda sobre o amadurecimento humano, que não se limita ao aspecto físico, mas abrange também o espiritual, intelectual e moral. Ao pronunciar essas palavras, Paulo não se refere apenas ao crescimento natural, mas aponta para um processo de transformação interna que exige a superação das limitações da infância e o avanço em direção a uma compreensão mais plena da vida e da fé.


No contexto cristão, a transição de "menino" para "homem" simboliza uma maturação espiritual que exige o abandono de concepções imaturas e reducionistas do cristianismo, frequentemente limitadas a experiências emocionais ou a uma vivência puramente pessoal, sem o devido reconhecimento das verdades objetivas e estruturadas que o magistério cristão nos legou. Este processo encontra paralelo na trajetória filosófica de Joseph de Maistre, cuja evolução intelectual conduz de uma visão transcendental e abstrata do cristianismo para uma compreensão mais robusta, na qual reconhece a Igreja, instituída por Nosso Senhor, como a mediadora essencial das verdades divinas e a única portadora de autoridade capaz de preservar a fé e o correto caminho moral do mundo.


Assim como uma criança, cuja visão da vida é limitada pela falta de compreensão profunda, um filósofo — por mais preparado que nos pareça — também comete equívocos ao longo de sua trajetória intelectual. Maistre, em sua juventude filosófica, refletia um cristianismo dissociado das instituições e voltado para uma espiritualidade mística e pessoal. Contudo, à medida que sua reflexão amadurece, Maistre reconhece que a verdadeira plenitude da fé cristã exige a Igreja não apenas como mediadora das verdades divinas, mas como a estrutura essencial para a preservação da ordem social e moral. Esse processo reflete a transição de uma “fé de menino”, superficial e fragmentada, para uma “fé de homem”, sólida e completamente fundamentada.


No caso de Maistre, se analisado sob o processo descrito por Paulo, a “coisa de menino” refere-se à visão esotérica e dissociada da Igreja, que busca uma experiência religiosa abstrata e desvinculada de uma base institucional sólida. Mas, à medida que Maistre amadurece filosoficamente, ele abandona essa perspectiva em favor de uma compreensão madura do cristianismo, que implica a aceitação da Igreja como uma instituição divina, única guardiã da verdade revelada.


Em sua carta aos Coríntios, Paulo nos exorta a uma maturação espiritual que transcende o egoísmo e a visão limitada da infância espiritual, conduzindo os cristãos a uma compreensão mais profunda da fé, vivida em comunhão com a Igreja e em consonância com suas doutrinas. Esse processo de amadurecimento exige o abandono do “cristianismo transcendental” — fragmentado e individualista — ou a adequação de seus princípios de forma a permitir, dentro de suas fronteiras, o exercício de uma fé que reconhece a importância da Igreja visível, da autoridade de seus pastores e da tradição apostólica. De forma análoga, a trajetória filosófica de Maistre seguiu um caminho semelhante: sua evolução o levou a abandonar uma visão idealista do cristianismo em favor de uma aceitação madura da Igreja como o pilar da verdade cristã.


Portanto, a transição de "menino" para "homem" não é apenas uma mudança biológica, mas uma evolução intelectual e espiritual que permite superar interpretações simplistas e fragmentadas da fé. Em seu lugar, o indivíduo abraça uma compreensão mais profunda, estruturada e comunitária, que reconhece a centralidade da Igreja e de sua autoridade na preservação da verdade e da moralidade cristãs. Para Maistre, esse amadurecimento é essencial para garantir a ordem e a unidade do cristianismo em um mundo marcado pela fragmentação.


Cristianismo Transcendente


O conceito de “cristianismo transcendente”, presente no pensamento de Joseph de Maistre e exposto em "Memórias Dirigidas ao Duque Ferdinand de Brunswick", surge, inicialmente, como uma especulação sobre a existência de uma verdade cristã universal e superior que, em teoria, abarcaria todas as vertentes do cristianismo. Nele, Maistre explora a ideia de uma ordem moral e espiritual transcendental, essencialmente cristã, que poderia ser acessível e compartilhada por todas as tradições cristãs de sua época. No entanto, muitos que hoje invocam essa teoria para rejeitar a ideia de uma igreja ou religião institucionalizada ignoram que Maistre, mesmo nessa fase especulativa, não propõe um cristianismo independente das instituições religiosas. Pelo contrário, ele defende, na mesma obra, a união das diversas vertentes instituídas, que, em sua visão, deveriam retornar a uma só igreja. Para Maistre, era necessário haver uma única igreja, legítima guardiã da verdade cristã revelada, que reunisse em seu núcleo as demais denominações cristãs separadas pela Reforma, o que, a seu ver, possibilitaria a preservação da pureza e da integridade da fé.


O “cristianismo transcendente” em Maistre, portanto, nunca foi uma proposta de fé autônoma ou desvinculada da Igreja. Tratava-se, acima de tudo, de uma visão em que a verdade cristã transcendental — ou seja, aquela que está acima das divisões humanas — exige, em última análise, submissão à Igreja de Cristo e a seus representantes constituídos. Como se observa explicitamente em suas "Memórias...", Maistre desejava que os conflitos entre as diversas denominações cristãs fossem superados e que elas voltassem a compor um corpo sólido e sem máculas, capaz de transmitir a verdade cristã de maneira completa e sem desvios. Para ele, isso garantiria que a fé não se fragmentasse em interpretações individuais ou em doutrinas dispersas. Assim, mesmo nas formulações de sua fase inicial, o cristianismo transcendente de Maistre sugere que qualquer entendimento da verdade cristã deve, inevitavelmente, estar ancorado na autoridade e no retorno dos Reformadores ao seio de uma centralidade eclesial da qual se haviam separado.


Embora o que foi dito acima esteja presente “com todas as letras” em “Memórias…”, alguns maçons retificados — em sua maioria ligados a certas "ordens" de cunho esotérico, que exploram a fantasia e o "pensamento mágico" [1], além de seu espírito anticlerical ou, em alguns casos, até anti-cristão — interpretaram o conceito de cristianismo transcendente de Maistre como uma justificativa, inconcebível, para uma fé desvinculada da Igreja. Esses adeptos adotam uma perspectiva esotérica e mística que privilegia a experiência pessoal sobre a tradição institucional. Para eles, o cristianismo transcendente seria uma espiritualidade interior e universal, livre das doutrinas, dos dogmas centrais do cristianismo e dos sacramentos eclesiásticos. Essa visão se apoia em trechos especulativos do pensamento de Maistre, mas ignora seu desenvolvimento filosófico, através do qual ele passa a defender a necessidade de uma única Igreja — a legítima depositária da verdade cristã — e o retorno de todos os cristãos a ela [2]. Para Maistre, essa Igreja institucionalizada é indispensável à ordem moral e espiritual do mundo, e ele chega a mencioná-la explicitamente em “Memórias…


Exploraremos, a partir daqui, como a evolução do pensamento de Maistre revela uma postura que rejeita qualquer forma de cristianismo separado da Igreja, bem como o equívoco daqueles que interpretam suas obras iniciais como uma justificativa para uma fé cristã independente e dissociada da autoridade eclesiástica.


Fator de Incompreensão


Machado de Assis, em uma de suas mais memoráveis fábulas, narra-nos a história de um plebeu que encontra uma mosca azul de asas cintilantes, em tons de ouro e granada. Fascinado por sua beleza e pela magia que parecia emanar do inseto, ele se aproxima e, como num encanto, é transportado para uma visão gloriosa. Vê-se. então, como um soberano da Cachemira, adornado com pedras preciosas, rodeado por mulheres e reverenciado por reis. Embriagado pela grandiosidade dessa ilusão, torna-se obcecado pela mosca e, ao buscar incessantemente mais dessas visões, acaba sufocando-a. Desesperado por perder o que considerava um portal para o prazer e o poder, restou-lhe apenas a loucura. Machado sintetiza essa perda apontando o triste fim da ilusão: “Dizem que ensandeceu e não sabe como perdeu a sua mosca azul”.


Acreditamos que a fábula da mosca azul ilustra muito bem a forma com que alguns irmãos retificados perceberam a teoria de Maistre acerca do cristianismo transcendente. Atraídos por uma concepção de fé que lhes parece mais “pura” e “elevada”, livre de doutrinas, de sacramentos (alguns defendem até mesmo não ser necessário o batismo, ainda que o seja exigência basilar a entrada na ordem) e de rígidas proposições magisteriais. Tal ideal, como a mosca azul, parece fascinante à primeira vista: um cristianismo esotérico, baseado numa espiritualidade direta e pessoal, que não necessita da mediação de uma instituição visível. Essa visão transcendente, no entanto, eleva a autonomia individual ao ponto de desconsiderar os fundamentos comunitários e, até mesmo, hierárquicos que sustentam a tradição cristã.


Assim como o plebeu sufocou sua mosca ao tentar extrair dela mais do que era possível, os defensores do cristianismo transcendente correm o risco de destruir a essência da fé que idealizam. A rejeição da Igreja como mediadora entre Deus e os homens leva a uma espiritualidade fragmentada e desconexa, distante dos sacramentos que são fontes reais de graça. Influenciados por tradições pseudo-espiritualistas, esses maçons desenvolvem um “cristianismo” que se aproxima de teorias heterodoxas amplamente superadas e condenadas, nas quais a experiência mística é colocada acima da objetividade dos sacramentos e da doutrina. Embora atraente, essa perspectiva acaba por dissolver os alicerces sobre os quais o cristianismo foi edificado.


Portanto, como na fábula machadiana, o brilho da mosca azul da errada interpretação que fazem do cristianismo transcendente é apenas uma ilusão que, ao ser perseguida, conduz ao vazio. Encantar-se por essa promessa de liberdade e transcendência é perder de vista a plenitude da fé cristã, que se realiza na Igreja visível, nos sacramentos e na comunhão dos fiéis. Essa visão, ao contrário do cristianismo defendido por autores como Joseph de Maistre, não apenas contraria a tradição católica, mas também revela a fraqueza de uma fé que se perde ao ignorar seus alicerces históricos e espirituais.


Evolução do Pensamento do Filósofo


Diversos filósofos ao longo da história passaram por transformações em seu pensamento, refletindo uma evolução que muitas vezes implica a superação de suas ideias iniciais. Um exemplo claro disso é Friedrich Nietzsche. Inicialmente, em suas obras mais jovens, como “O Nascimento da Tragédia”, Nietzsche exaltava o papel da arte e do individualismo, e sua visão de um mundo sem a moral cristã estava mais alinhada a uma estética da vida. Contudo, com o passar dos anos, especialmente em “Assim Falou Zaratustra” e “Ecce Homo”, ele redefiniu suas ideias e procurou forjar uma filosofia mais radical sobre a vontade de poder e a transvaloração dos valores. Essa mudança radical não apenas altera sua visão da moral, mas também o coloca em confronto direto com sua visão anterior de um ideal estético e Dionisíaco. Outro exemplo notável de filósofo que passou por uma transformação em seu pensamento é René Descartes. Em suas primeiras obras, como “Discurso do Método”, Descartes buscava um ponto de partida seguro para o conhecimento, defendendo o famoso “Cogito, ergo sum” ("Penso, logo existo"). Sua filosofia inicial, que se apoiava fortemente no racionalismo, via a mente humana como capaz de alcançar a verdade de forma pura e independente das percepções sensoriais. No entanto, em sua fase mais madura, especialmente em suas meditações e em sua obra “Principios da Filosofia”, Descartes começou a integrar de maneira mais sistemática a relação entre mente e corpo, desenvolvendo uma visão mais complexa da interação entre as substâncias e abordando a questão das emoções e da moralidade de uma maneira mais ponderada, reconhecendo que a razão por si só não era suficiente para explicar todas as facetas da experiência humana. Com Joseph de Maistre não foi diferente. Compreender a evolução de seu pensamento é essencial para entender a distorção feita por aqueles que tentam interpretar suas ideias como um 'cristianismo desprovido de cristianismo'. No início de sua trajetória, Maistre expressava uma visão espiritual que permitia uma leitura transcendentalista e especulativa da fé, ao mesmo tempo em que refletia sobre as igrejas instituídas e desejava sua união, chegando até a sugerir formas de realizá-la. Embora em sua obra "Memórias Dirigidas ao Duque Ferdinand de Brunswick" Maistre discuta o cristianismo de maneira abstrata e exploratória, ele o faz ao se referir à moralidade universal e à Providência como forças fundamentais. E vejam que nem sequer avançamos para o ponto culminante de seu amadurecimento intelectual, quando Maistre abandona completamente as abordagens especulativas e passa a defender vigorosamente a autoridade de uma única Igreja, sob a direção de uma autoridade central, da qual todo o cristianismo e toda a cristandade dependeriam diretamente.


O Cristianismo Transcendente e o Papel da Igreja segundo Maistre


Na visão madura de Joseph de Maistre, o cristianismo transcendente da forma como é interpretado e distorcido por alguns maçons retificados, contradiz a essência do cristianismo. Para Maistre, o cristianismo não é apenas uma experiência subjetiva ou individual, mas uma vivência coletiva, institucional e comunitária, que depende da autoridade e da orientação da Igreja, assim como do apoio dos governantes legítimos. O cristianismo é, portanto, uma doutrina de salvação que exige a mediação e supervisão de uma instituição centralizada e hierárquica, amparada por toda a sociedade, capaz de preservar a verdade revelada e de servir como um guia seguro para aqueles que a seguem e se reconhecem nela.


Ao afirmar que o cristianismo transcendente poderia existir independentemente da Igreja, os adeptos dessa ideia desconsideram o papel fundamental do cristianismo instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo como o autêntico guardião da fé. Maistre defendia a necessidade de uma Igreja instituída e hierarquizada, responsável por assegurar a integridade da doutrina cristã e evitar os perigos das interpretações individuais, que poderiam distorcer a mensagem de Cristo. Ele acreditava que a espiritualidade cristã autêntica só poderia florescer dentro da comunidade de fé e que a autoridade da Igreja era indispensável para a coesão e a continuidade da tradição cristã.


A Distorção do Pensamento de Maistre e as Implicações Filosóficas e Sociopolíticas dessa Concepção


A interpretação do cristianismo transcendente por determinados grupos de maçons retificados configura uma grave distorção do pensamento de Joseph de Maistre, derivada de uma leitura seletiva e descontextualizada de suas obras. Esses intérpretes concentram-se em fragmentos de seus escritos iniciais, desconsiderando o percurso intelectual do autor e negligenciando suas reflexões maduras em obras como Do Papa e "Memórias Dirigidas ao Duque Ferdinand de Brunswick". Nesses textos, Maistre reafirma a centralidade da autoridade eclesiástica e a indispensabilidade da Igreja Católica na preservação da fé e da unidade cristã. Ao projetar uma imagem de Maistre como defensor de uma espiritualidade esotérica e individualista, tais interpretações contrariam o núcleo de sua filosofia, que culmina na defesa de uma Igreja hierárquica, estruturada e indispensável à coesão espiritual e social.


A proposta de um cristianismo transcendente desvinculado da Igreja não apenas contradiz a visão de Maistre sobre a fé como vivência comunitária mediada por uma autoridade divina, mas também reflete uma compreensão parcial e desrespeitosa de sua obra. Para Maistre, a Igreja é a guardiã da verdade revelada, cuja autoridade impede que a fé cristã seja fragmentada por interpretações subjetivas e personalistas. Essa desconexão promovida pelos maçons retificados não apenas desvirtua a essência do cristianismo, mas compromete a integridade da tradição cristã, que Maistre reconhecia como indissociável de sua dimensão institucional.


As implicações dessa concepção transcendem o campo teológico, com repercussões significativas no plano filosófico e sociopolítico. Ao rejeitar a autoridade central da Igreja, os proponentes de um cristianismo individualista enfraquecem os pilares de estabilidade e ordem que sustentam a sociedade cristã. Para Maistre, a Igreja não era apenas uma entidade espiritual, mas também o esteio moral e político da civilização cristã. Ele alertava que a ausência de uma autoridade eclesiástica levaria à fragmentação doutrinária, ao relativismo moral e, consequentemente, ao caos social. A unidade proporcionada pela Igreja era, em sua visão, um antídoto contra a dissolução dos valores e a desordem que inevitavelmente surgem da autonomia desenfreada.


Ao desconectar a fé cristã de sua base institucional, os maçons retificados ignoram o papel essencial da Igreja na formação moral e espiritual das comunidades. Essa abordagem desordenada compromete não apenas a harmonia interna do cristianismo, mas também os fundamentos da ordem sociopolítica que Maistre considerava indispensáveis para a sobrevivência da civilização ocidental. Em última análise, essa visão fragmentada não faz jus à profundidade teológica e às implicações práticas do pensamento maduro de Joseph de Maistre, cujos esforços buscavam integrar a fé, a razão e a autoridade em um todo coerente e universal.


Finalizando


Interpretar o cristianismo transcendente de Joseph de Maistre sob a ótica quem alguns maçons retificados insistem em fazer nos conduz a uma leitura fragmentada e, por vezes, distorcida de seu pensamento. Ao longo de sua trajetória intelectual, Maistre passou de uma visão especulativa para uma defesa irrestrita da Igreja instituída, reconhecendo-a como a ponto central e essencial para a preservação autêntica da fé cristã. O distanciamento - e mesmo a aversão que alguns maçons retificados - insistem em manter da autoridade do magistério da igreja e da hierarquia eclesiástica reflete um afastamento significativo da mensagem verdadeira de Maistre, que, em sua obra madura, chega à conclusão de que somente a Igreja, com sua autoridade indiscutível, é capaz de guardar a verdade e manter a coesão do cristianismo.


Ao valorizar a estrutura e a autoridade da Igreja instituída como pilares indispensáveis à preservação da tradição e dos valores cristãos, Maistre nos convoca a refletir sobre a necessidade de uma fé que não se submeta às flutuações ideológicas e temporais, mas que permaneça firme nas verdades eternas que a Igreja, como instituição divina, é chamada a defender.


“Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino” - 1 Coríntios 13:11.


Notas:


1 - A expressão “pensamento mágico” é utilizada para descrever a crença segundo a qual certos pensamentos poderiam tornar possível ou inviabilizar a concretização de desejos humanos ou ainda prevenir eventos problemáticos ou desagradáveis (ou mesmo trazer solução para eles). Esse tipo de abordagem psicológica é mais comum nas crianças sendo nos adultos, a persistência deste tipo de pensamento, um indicativo de imaturidade ou de desequilíbrio psicológico. Basicamente o “pensamento mágico” é uma tentativa de fuga das ansiedade e conflitos do dia a dia; enfim, aos desprazeres e vicissitudes tanto do mundo exterior ao homem como também de seu mundo interior. Como se o ato de pensar (ou permanecer em uma linha de pensamento) pudesse explicar, moldar ou controlar a realidade, além de trazer uma suposta causalidade a eventos isolados. O “pensamento mágico” não fica limitado a palavras, estendo-se muitas vezes a atribuição de qualidades a objetos que podem armazenar energias ou a gestos que podem influir no universo exterior ou interior do ser humano (já ouvimos falar que o corte do sinal do aprendiz tem como finalidade “limpar chacra”) trazendo curas e “abrindo caminhos” para as pessoas. O pensamento mágico, no entanto não se limita a pessoas, podendo ser observado em algumas religiões ou grupos sectários - geralmente voltados a esoterismo ou nova era. É sempre muito presente em portadores de  certas formas de neuroses, em particular na obsessiva.


2 - " Não há dúvida de que o trabalho deve começar com os católicos e os luteranos de Augsburgo, cujos símbolos não diferem prodigiosamente. Quanto aos calvinistas, se estiverem de boa-fé, devem reconhecer que desfiguraram o cristianismo de forma notável. Assim, cabe a eles fazerem concessões. Tudo o que puder contribuir para o avanço da religião, para a extirpação de opiniões perigosas, em suma, para a elevação do trono da verdade sobre as ruínas da superstição e do pirronismo, será da competência desta classe; o que implica necessariamente que a profissão de fé exigida neste segundo grau deve ser mais abrangente do que a primeira. Nenhum Irmão, portanto, deve ser admitido sem declarar abertamente a divindade de Cristo e a veracidade da revelação que dela decorre." - "Memorias..."


I.C.M.J.S.

Que Nossa Ordem Prospere !!!


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