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Da Estrita Observância ao Rito Escocês Retificado - Quarta Parte

Atualizado: 16 de out. de 2020

Nota do Tradutor: “Na quarta parte deste artigo damos seguimento a tradução do texto do irmão Pierre Noel. O trecho que agora apresentamos ainda cobre o Convento de Wilhemsbad e seus principais frutos. Esperamos que o artigo agrade a nossos leitores e sirva de base para maior compreensão sobre os Ritos de nosso amado Regime; tivemos que fazer algumas alterações em partes do texto a fim de adequá-lo ao português falado no Brasil e acrescentamos algumas notas com nossas observações, no entanto tais mudanças não alteram em nada o sentido do texto”.


I.C.J.M.S.

Que Nossa Ordem Prospere !!!



Ainda Sobre o Convento de Wilhemsbad (1782)



1 - As Moções Finais


O Convento foi encerrado no dia primeiro de setembro de 1782. Jean de Türckeim leu as moções em oito artigos extraídos dos protocolos das sessões, que foram aprovados por unanimidade. Destes, o quarto artigo trata dos rituais:


“Nossa atenção deposita-se sobre os rituais dos três primeiros graus, base comum a todos aqueles que se intitulam maçons. Desejosos de reunir sob um só estandarte todos os regimes, sentimos que isso é impossível de atingir sem conservar todos os símbolos essenciais e descartar aqueles que o espírito do sistema lhes tenha agregado. Convictos de que os hieróglifos desse antigo e instrutivo quadro tornam o homem melhor e mais propício a busca da verdade, estabelecemos um comitê (sic) para investigar da melhor maneira possível quais dos rituais seriam os mais antigos e menos alterados; nós os comparamos àqueles do Convento de Galias , cuja moral é sublime, e determinamos um para cada grau de Aprendiz, Companheiro e Mestre baseados na pureza mais primitiva e capazes de unir as lojas, até agora, divididas. Publicamos este trabalho e convidamos as lojas a meditarem sobre ele e a segui-lo, permitindo as Províncias que tiverem observações a fazer que as comunique a nosso Eminentíssimo Grão Mestre Geral; e como quase todo regime possui uma classe escocesa cujos rituais contém o complemento dos símbolos maçônicos, julgamos útil conservar uma dentro do nosso, sendo intermediária entre a Ordem Simbólica e a Ordem Interior, tendo aprovado os materiais fornecidos pelo comitê de rituais (sic) a cargo do respeitável irmão ab Eremo (Willermoz), em sua redação”.


Não deixa de ser interessante comparar esse artigo com a carta que o Duque de Brunswick dirigiu aos Irmãos da Grande Loja Mãe Escocesa “Frederic au Lion d’or” de Berlim, (anexo 164 dos protocolos do Convento), datada de 10 de agosto de 1782, e que revela a perfeita concordância do “Magnus Superior Ordinis” com as moções do Convento:


“A ordem dos maçons foi dividida em duas classes essenciais, a saber: a ordem maçônica e uma ordem interior. A primeira é composta dos três graus fundamentais que são os de Aprendiz, Companheiro e Mestre; a segunda, de dois graus que formam em conjunto uma Ordem de Cavalaria sob o título de “Cavaleiro benfeitor”. Os irmãos franceses reservaram-se o direito de acrescentar a esse título estas palavras: “da Cidade Santa”. Entre o primeiro e o segundo haverá um grau escocês, ainda não concluído, todavia já acordado. A redação desse grau será confiada a um de nossos irmãos de Lyon que fizeram uma grande parte da redação dos demais. O objeto particular desse grau, que será ainda simbólico, é o de oferecer uma passagem da Antiga Lei à Lei da Graça de Cristo e de preparar ali os verdadeiros Cavaleiros da fé para a Ordem Interior à qual se reserva a regra e a administração ostensiva do futuro Regime reunido”.


O artigo VI das moções traz a nota de que não seria possível realizar a redação do Código, pois seria necessário “prolongar as sessões além do tempo limite para as ocupações civis dos deputados”. O convento limitou-se a aprovação de uma introdução.


O que se pode concluir senão que, para os delegados e seu chefe, os rituais dos três primeiros graus estavam concluídos ? Somente o ritual do quarto grau ficava como esboço e sua redação final estava confiada a Willermoz. A afirmação, tantas vezes encontrada, de que os rituais azuis de Wilhelmsbad eram somente esboços e que fora confiada aos lioneses a tarefa de realizá-los é uma lenda, até interessante, mas sem nenhum fundamento. Isso não muda o fato de que houve uma parte preponderante na redação dos rituais azuis fora do próprio Convento (1). Quanto ao Código definitivo, este jamais viu a luz. Os Códigos adotados em Lyon, qualificados em Wilhelmsbad como “esboços valiosos” nunca foram ratificados pelo Convento Geral.


2 - Os Rituais de Wilhelmsbad


Os rituais foram finalmente impressos em livretos de vinte e quatro páginas para o primeiro grau, nove para o segundo e onze para o terceiro, sob o título de “Ritual do Grau (de Aprendiz, de Companheiro, de Mestre Franco Maçom) Para o Regime da Maçonaria Retificada”. São conhecidas numerosas versões manuscritas desses rituais, como por exemplo, uma que se conserva na Biblioteca do Grande Oriente dos Países Baixos, sob o título “Ritual do grau de Aprendiz Para o Regime da Franco Maçonaria Retificada, Adotado no Convento Geral da Ordem em Wilhelmsbad em 1782 e Regulamentos Relativos às Lojas, às Cerimônias e à Recepção, e também "Para Banquetes da Ordem” (catálogo número VI-h-7) e que traz na última página a nota: "Expedido pela Muito Respeitável Grande Loja Escocesa assinado em Estrasburgo. Assina o Irmão Türckeim cadet, Chanceler do Grande Diretório Escocês. Expedido pela Respeitável Loja “La Candeur” e “Ferdinand aux IX Étoiles à O[rient] de Estrasburg”, reunidas sob a inspeção da Respeitável Grande Loja Escocesa, assina o Irmão Metzler da Grande Loja Escocesa. Os graus de Companheiro e Mestre levam os números VI.h.8 e VI.h.9. as versões impressas e manuscritas não diferem muito umas das outras.


O triângulo faz sua aparição na parede do oriente com a frase: Et tenebrae eam non comprehenderunt”. Ele substitui o símbolo do grau (uma coluna quebrada) que passa a figurar definitivamente no “sobre o tapete ante o altar” (o chamado “painel do grau”). Do mesmo modo, a estrela flamejante orna o oriente no segundo grau e o símbolo do grau (a pedra cúbica) é disposta diante do altar.


A letra “B” desaparece do primeiro grau, modificando dele toda a lógica empregada até então, isso seria inspiração sueca: "Desde 1750 não figura no quadro de Aprendiz" (Feddersen, 1982, D/90, pl5).


[Nota do Blog Primeiro Discípulo: Daqui em diante o autor do texto aponta em vários momentos a influência do Rito Sueco sobre o Retificado. Nós, mantenedores do blog, não concordamos com a totalidade da influência apontada (com parte dela sim); todavia reproduzimos o texto em sem cortes por questões de fidelidade ao mesmo.]


Aqui, pela primeira vez, fala-se no acendimento ritual das tochas, “em silêncio”, pelo Venerável e de “sua luz” pelos Vigilantes e pelo Secretário. Eis aí uma inovação notável, sem dúvida tomada como “empréstimo” por Willermoz dos rituais Cohens (2). No ano de 1778 as tochas ainda eram acesas antes da abertura da loja segundo o uso constante dos ritos praticados à época na França. Esse uso, desconhecido na Inglaterra, será mais tarde adotado pelas lojas de todos os ritos e complementado, no século XX pelo enunciado das palavras rituais: “Que a sabedoria… que a força… que a beleza...” (No Rito Escocês Antigo e Aceito e no Rito Moderno Belga). Surge então a sucessão das “horas”, tão característica do Retificado e o retorno a hora profana após o encerramento.


Uma oração é pronunciada na abertura e no fechamento da loja. O ritual impresso não fala mais do que sobre a do fechamento. Porém ambas estão contidas no manuscrito de Haia.


As funções do Preparador desenvolveram-se consideravelmente: São agora oito páginas manuscritas contra as duas anteriormente registradas em Lyon. As questões da Ordem são as mesmas de Lyon no texto impresso. A versão manuscrita, sem duvida redigida mais tarde, complemente a primeira questão com o seguinte texto: “... e o que pensais da religião cristã ?”.


Na porta da loja, o recipiendário declara o seu nome de batismo e o nome de seu pai. O Introdutor o entrega, então, aos cuidados do Segundo Vigilante que o faz sofrer a prova da espada ...


O triplo recinto de Lyon desaparece, dando lugar aos Irmãos que “formam a loja” ao redor do tapete depois das viagens do recipiendário que assume pela primeira vez o estado de buscador-perseverante-sofredor. Após ter subido, deve descer os três primeiros degraus da escada do templo e dirige-se ao oriente por “três grandes passos em esquadro sobre o tapete”, sofre a prova do sangue e presta juramento (Certamente devido a religiosidade do Duque de Brunswick) que contém uma cláusula de fidelidade a Santa Religião Cristã.


[Nota do Blog Primeiro Discípulo: Particularmente não cremos (e nenhum indício nos aponta o contrário) que o juramento a Santa Religião Cristã seja consequência direta da “religiosidade” de Ferdinand Brunswick. As cartas de Willermoz a Jean de Turckheim são para nós prova mais que contundente de que o comerciante de sedas de Lyon superava, e muito, o Duque naquilo que podemos chamar “frutos da verdadeira devoção”. Já tivemos aqui mesmo, por ocasião de outra postagem, a chance de dizer que Willermoz viveu uma vida calçada sempre a serviço da religião e da beneficência; tornando-se em si mesmo exemplo desses termos, um verdadeiro espelho de como deve ser o homem maçom e o verdadeiro cristão].


Agora o candidato deve responder a questão concernente ao Evangelho de São João assim formulada: “Vossa mão esta sobre o Evangelho de São João, o crês ?”. Os castigos físicos são substituídos por uma penalidade totalmente moral: “Se não o cumpro, consisto em ser reputado como um homem sem honra digno do desprezo de todos os meus irmãos…”. As penalidades físicas entretanto são recordadas novamente na instrução moral do grau, não sem adicionar que “uma sábia precaução as fez suprimir”.


O catecismo ou instrução por perguntas e respostas se divide em três seções. Distinguem-se três luzes que são “o sol, a lua e o Venerável Mestre”, de outras representadas pelo candelabro de três braços do altar do oriente, que faz alusão ao “triplo poder que ordena e governa o mundo” noção relativa a cosmovisão de Pasqually apesar de seu aspecto trinitário. O primeiro conjunto não pode deixar de designar as tochas de ângulo (as velas nas colunas nos tempos atuais). A Bíblia deixa de ser somente um “móvel”; “ela significa o poder que é confiado ao Venerável Mestre se fundamenta sobre a própria lei que constitui a Loja”.


O pavimento mosaico, que em Lyon “ornava o umbral e se aplicava aos companheiros”, aqui cobre “a entrada do subterrâneo do templo entre as duas colunas”, recordando sem dúvida os graus “crípticos” que Willermoz conhecia de longa data. Lembremos que em sua carta a Caillon de Jonville ele coloca como complemento de sua assinatura o titulo de “Royal Arch”. E tenhamos em mente também que o subterrâneo sob o Monte Moriah está descrito em um dos catecismos dos Elus Cohen.


A abertura sucessiva do primeiro, segundo e terceiro graus é prescrita depois dos trabalhos nos graus superiores, sem que seja possível revogá-la. No grau de Companheiro, aparece a segunda máxima (“Aquele que depois de ter entrado no caminho da virtude e da verdade, não tem coragem para perseverar … ”) que vem a completar as provas de Lyon, tanto que o recipiendário é dispensado das duas últimas viagens. Este, chega ao oriente “pelos mesmos passos do grau de aprendiz sobre o tapete” depois de ter subido cinco degraus marcando um tempo de espera depois do terceiro. No grau de Mestre, o triplo quadro com a inscrição “pensés (sic) à la mort” (pensar na morte). O mausoléu é descrito da seguinte forma:


“no ângulo Sudoeste deve haver um quadro ou “mausoléu“ (sic) sobre uma “Base” (sic) triangular elevada sobre três degraus. No meio desta “Base” estará uma urna sepulcral de cuja tampa se elevará um vapor inflamado ascendente e separado da urna: por debaixo da urna, em cada canto do monumento três pequenas bolas de cores muito vivas, no total nove, com estas palavras” “tria format”; e abaixo do vapor sobre uma outra inscrição com estas palavras “Deponit Aliena, Ascendit unus”. Introduzido andando de costas, o candidato efetua nove viagens para então escalar os sete degraus da escada do templo antes de chegar ao oriente por três passos “na diagonal sobre o tapete”.


A antiga palavra do Mestre não mais é comunicada, em seu lugar somente as letras J e A, inscritas no tapete. Essa decisão significou o abandono da tradição francesa à época, conservada no rito de mesmo nome, que prevê a comunicação “da antiga palavra”, ou seja, o tetragrama hebraico na recepção a Mestre Maçom. O terceiro grau vê-se, assim, amputado de sua lógica, e é a partir disso que um grau suplementar se faz necessário com o fim de preencher essa lacuna. O mesmo processo se deu, na Inglaterra, com o Real Arco.


O “nome” do Mestre é Gab... e a palavra de reconhecimento é Schi…


O rascunho do quarto grau, com a introdução de Santo André e da Jerusalém Celeste, foi publicado em um anexo.


3. A Influência Desconhecida do Rito Sueco.


[Nota do Blog Primeiro Discípulo: Da mesma forma como no caso do Rito Francês, a referência feita aqui ao Rito Sueco, não significa exatamente ao rito tal qual se conhece nos dias atuais mas ao Rito em uso na época. É importante ter isso em mente para que não se cometam falhas ao tentar traçar a gênese do R.E.R.].


Ao chegar a Wilhelmsbad, tudo o que Willermoz conhecia sobre os rituais suecos era o que Charles de Hesse lhe havia explicado por meio de uma carta datada de 22 de setembro de 1780 (publicada por Van Rijnberck, 1948: 19). Após a décima segunda sessão (31 de julho) solicita que “sejam lidos os diferentes cadernos chegados ao Convento Nacional (de Lyon) assim como os da Suécia e de Berlim”. No que teve êxito pois, como vimos, foram entregues ao comitê de rituais.


Fora dos países escandinavos pouco se sabe sobre o Rito Sueco. Sabe-se que é um Rito Cristão e que a influência francesa (e não britânica) é o que nele predomina. A franco maçonaria foi introduzida na Suécia em 1735 pelo conde Axel Ericson Wrede-Sparre, iniciado em Paris por volta de 1730, seguido pelo barão Charles Frederic Scheffer, iniciado também em Paris em 14 de maio de 1735 na loja "Coustos-Villeroy", chegando a ser o primeiro Grão Mestre Nacional em 1753.


Em 1756 os rituais utilizados até então, foram revisados por uma comissão presidida pelo conde Posse, Venerável da Loja "Saint-Jean auxiliaire" (o Batista), fundada em 13 de janeiro de 1752. No mesmo ano foi “ regularizado” Charles Frederic Eckleff (1723-1786) um empregado do ministério de assuntos estrangeiros, que fundou em 30 de novembro, uma loja de Santo Andre intitulada “O Inocente” e depois, em 25 de dezembro de 1759 o “Capítulo Iluminado de Estocolmo”. Tendo recebido o titulo de Ordens+ Meister (Mestre da Ordem), presidindo-a até que lhe sucedeu, em 14 de maio de 1774 o duque de Sudermanie (1748-1818) que tornou-se Rei da Suécia em 1809 sob o nome de Carlos XIII. Esses dois personagens darão ao Rito Sueco a forma que sempre lhe foi própria: três graus simbólicos chamados de São João, três graus capitulares, chamados de Santo André, quatro graus capitulares de inspiração templária e um grau último, O 11º de Cavaleiro Comendador da Cruz Vermelha.


Em 1782, o sistema ainda estava inacabado. O príncipe Charles de Hesse enumera os graus após a nona sessão do Convento:


  • Lojas de São João: Aprendiz, Companheiro e Mestre,

  • Lojas de Santo André: Aprendiz, Companheiro, Maestro,

  • Cavaleiro do Oriente,

  • Cavaleiro do Ocidente,

  • Grande Oficial ou confidente de São João,

  • Magister Templi.

Os rituais escandinavos são raramente mencionados e nunca discutidos. O afã do segredo, muito desenvolvido nessas longínquas terras, sempre impediu que fossem divulgados. E mesmo nos dias atuais ainda são ciosamente conservados nos arquivos das lojas sendo confiados aos oficiais apenas durante o tempo em que exercem seus cargos. Nunca foram publicados em francês, inglês ou espanhol. Conheço apenas uma tradução alemã que mais tarde foi traduzida para o holandês “Sarsena…” (Bamberg, 1816) que não apresenta mais do que os graus de Santo André ( P. Noël, 1998). Tanto quanto sei, ninguém sublinhou a importância das contribuições suecas para os rituais adotados em Wilhemsbad. É suficiente assistir a uma sessão em grau de Aprendiz em Estocolmo ou outro lugar, para constatar esses “empréstimos”. Citarei apenas os mais significativos:


  • Ausência da letra B sobre o quadro da loja de Aprendiz;

  • As repetições dos anúncios por parte dos Vigilantes;

  • A sucessão das horas (meio dia, meio dia em ponto);

  • A sucessão buscar-perseverar-sofrer.


Por outro lado, a influência francesa é muito evidente. Assim a disposição das tochas de ângulo nesse sistema é o do Rito Francês à época (NE, SE e SO), que foi abandonado depois da reforma de Lyon a favor da disposição “escocesa”. Acrescente-se que a recepção a Mestre é praticamente idêntica à adotada pelo Grande Oriente da França em 1786).


Outro elemento significativo, Santo André, foi introduzido em Wilhelmsbad no esboço do quarto grau, mas isso tinha sido deliberadamente omitido em Lyon, sem dúvida porque Willermoz conhecia desde 1761 pelo menos um “Cavaleiro da Águia, do pelicano, Cavaleiro de Santo André ou Maçom de Heredon”, ou seja o Rosacruz. (A. Joly, 1938:9). Porquê introduzir ou aceitar em Wilhelmsbad uma referência que tinha sido rejeitada quatro anos antes?. Seria insensato pensar que a importância atribuída ao apóstolo pelo sistema sueco foi a causa dessa mudança ? (3).


Fim da Quarta Parte


Notas:


1 - A reorganização que levou a Estrita Observância até o Regime Retificado perdurou para além do fechamento do convento, ainda que as atas do convento de 1782 tenham sido formalizadas e depositadas nos arquivos municipais de Lyon como sendo ‘produto final’ sob o nome de: “Ritual Para o Regime da Franco-maçonaria Retificada Adotado no Convento Geral da Ordem em Wilhelmsbad em 1782” novas versões surgiram até o ano de 1778, todas elas trazem a nota: “Adotado do Convento Geral” e apresentam esclarecimentos na primeira página de que seu conteúdo vem das anotações feitas em Wilhelmsbad.


2. Depois da abertura de um templo Cohen, a iluminação do "Tribunal" está minuciosamente descrita. Se faz conforme a pregação pronunciada pelo Soberano Mestre: "O Soberano Mestre acende o seu candelabro e as demais luzes prescritas nos Estatutos Gerais: e o faz desde a vela localizada no altar do oriente, a qual jamais deve deixar esse lugar. Nas grandes cerimônias, toma a vela que está no centro de seu candelabro de sete ramos e dando sete voltas, em cada uma pronuncia +. Depois de terminar de acender as velas de seu grau, ordena aos dois Reaux+(reais) irem acender cada um uma vela, para prosseguir com a iluminação. Os dois Reaux+, um de cada vez, se inclinam com a mão direita a ordem e vão, a saber: o que está a direita do Soberano Mestre toma uma vela do candelabro de três ramos que está diante do Comendador do Oriente; e o Reaux+ que está a esquerda, toma a vela que está adiante do Condutor do Ocidente; os dois as apresentam ao Soberano Mestre que as acende com seu candelabro de sete velas e as oferece aos dois Reaux+ para que eles iluminem os altares do Oriente e Ocidente: o Reaux+ da direita, o oriente; o Reaux+ da esquerda, o ocidente. Depois de haverem feito, regressam a seus lugares com uma inclinação face o Oriente. Enquanto retomam seus lugares os Vigilantes do T(ribunal) se inclinam, os dois, face o Oriente e vão a passos livres acender duas luzes no altar do Condutor do Ocidente"(Cerimonial a se observar pelos oficiais do Templo dos Eleitos Coens, fundo Thory, B.N.) A semelhança com o acendimento da loja Retificada é assombrosa.”


3 - No nosso entender, os elementos similares do Rito Sueco, do Zinnendorf e do R.E.R. podem ser atribuídas a uma gênese comum mas não que um tenha sido, de alguma forma, o ponto de origem do outro.


I.C.J.M.S

Que Nossa Ordem Prospere !!!




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