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Dom Martinez de Pasqually Por Jean Baptiste Willermoz

Atualizado: 16 de out. de 2020

A correspondência entre Jean Baptiste Willermoz e Jean de Turckheim tem sido valiosa fonte de informação para situarmos o pensamento do Pai Fundador de nosso Rito. O conteúdo de tal correspondência deu origem a várias postagens aqui no Blog e, certamente, dará origem a mais algumas.


Apresentamos hoje mais um trecho dessa correspondência. Desta vez, trazemos um fragmento de texto onde Willermoz presta a Jean de Turckheim esclarecimentos sobre Dom Martinez de Pasqually (personagem que permanece misterioso até os dias atuais).


"Lyon, 5 de Julho de 1.821


Sua carta, meu querido amigo e bem amado irmão, datada de 9 de Junho, me faz esperar uma próxima, proporcionando-me o maior prazer e fazendo-me ver que apesar das diferenças de opinião que nos dividem sobre certos pontos, estamos muito próximos nos sentimentos sobre outros pontos mais essenciais sobre os quais nenhum de nós dois tínhamos pensado. [...]


Você me pergunta sobre esse assunto, se ele era judeu como você garante que era. Eu respondo que não, não era. É claro que, como iniciado na Alta Ciência Secreta de Moisés, ele foi grande admirador das virtudes dos primeiros patriarcas judeus [...]


[...] Em seu ministério, Pasqually sucedeu a seu pai que era um homem sábio, discreto e muito mais prudente que seu filho. O pai o colocou ainda jovem, na Guarda Valona. Onde teve uma querela que acabou culminando em um duelo no qual matou seu adversário.


Na Espanha, os duelos eram crime sério e por essa razão ele teve que ausentar-se imediatamente tendo que ficar afastado por um longo período de tempo. Isso levou seu pai a apressar-se em consagrá-lo como seu sucessor antes que partisse.


Passado muito tempo, o pai, percebendo que se aproximava o fim de seus dias, mandou que seu filho regressasse o mais rápido possível afim de receber as últimas orientações e instruções, o que foi feito.


Eu conheci o filho em 1767, muito tempo depois da morte do pai. O conheci em Paris, onde tinha vindo para solicitar a Cruz de São Luís para seus irmãos cadetes domiciliados em Santo Domingo [...] De imediato ele me teve muita amizade e depositou em mim uma grande confiança que permaneceu intacta até o momento de sua morte. Deu-me provas sensíveis disso, alongando sua permanência em Paris a fim de conduzir-me ao avanço rápido em direção aos altos graus de seus conhecimentos, aos quais me destinou, e deixou-me as portas do último, reservado unicamente para ele mesmo (enquanto chefe).


Era viúvo, sem filhos, e retornou a Bordeaux para casar-se com uma virtuosa mulher que escolhera, esperando com ela ter um sucessor. Decorrido um ano, teve um filho que foi solenemente batizado pelo Padre de sua Paróquia. Assim que retornou da Igreja, trancou-se com seu filho e mais quatro amigos (de avançados conhecimentos) e com eles fez a primeira consagração de seu filho. Isso foi notável e deu origem aos bons propósito acerca dele.


Eu sabia o apreço que ele me tinha já que eu tinha sido avisado sobre essa cerimônia no mesmo dia em que ela se realizaria e havia sido convidado, assim como a outros irmãos dos mais altos graus da França (mesmo ausente e distantes) a assisti-la.


Algum tempo depois ele partiu para Santo Domingo onde morreu em idade avançada. No instante de sua morte, mesmo a 2.000 léguas de distância, despediu-se de sua amada esposa que parou um bordado a qual se dedicava para afirmar: “Ah meu Deus, meu marido está morto.”. O que se confirmou pouco tempo depois.


Ai esta, meu amigo, o que posso dizer de certo [...] deste extraordinário homem cujo igual jamais conheci"


I.C.J.M.S. Que Nossa Ordem Prospere !!!









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