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Sobre o Despojamento Dos Metais no Grau de Companheiro

Atualizado: 31 de out. de 2020

Extrato da Peça de Arquitetura no Grau de Companheiro Maçom: “O simbolismo e a Origem do Ato de Despojamento de Metais na Cerimônia de Recepção do Grau de companheiro no Rito Escocês Retificado, Discriminação dos Metais e Suas Representatividades.” de um de nossos Bem Amados Irmãos


[...] No grau de Companheiro Maçom foram introduzidos a virtude do grau (a “Temperança”) e a rejeição dos metais (Prata, Bronze e Ferro) que marcam as três viagens do recipiendário , um uso sem precedentes na franco maçonaria do seculo XVIII.


A instrução ainda explica que as viagens deveriam ser em numero de cinco mas o recipiendário é poupado pela generosidade do Venerável Mestre. Isso retira todo o sentido operativo da ritualística levando-a a um nível muito mais elevado onde predomina uma forte simbologia moral e esotérica.


Tudo isso demonstra que o homem deve se livrar das imperfeições grosseiras que o amarram à matéria, simbolizadas pelos vícios dos metais, se ele quiser ascender na vida Espiritual.


O mecanismo através do qual essa renuncia acontece é muito interessante e esta carregado de um simbolismo muito forte: O recipiendário é apresentado aos metais durante sua viagem pelos pontos cardeais, toma-o nas mãos e o contempla... o experimenta ... é então alertado pelo Irmão Introdutor sobre os vícios inerentes aquele metal, ele então deita o metal a seus pés seguindo a orientação do Irmão Introdutor e se deixa conduzir na continuidade da viagem. É levado finalmente ao V.’.M.’. que lhe apresenta uma máxima que , se seguida, o conduz as virtudes que podem combater os vícios dos metais que lhe foram apresentados. Nesse ponto, assim como no ritual de recepção de aprendiz se percebe a importância de abandonar-se a sabedoria daqueles que o guiam. Outro ponto interessante é que as máximas representam já uma via que conduz a purificação ante as impurezas que os metais representam, assim , a formula para a alquimia interior já lhe é revelada cabendo a ele adotá-la para que a transmutação desejada ocorra.


A renúncia deve ser conseguida em paralelo com o trabalho na Pedra: “A pedra sobre a qual deveis trabalhar era bruta e informe. Os próprios Mestres não podiam reconhecer nela nem os defeitos nem a beleza. Sob a orientação dos chefes, foste encarregado de limpá-la e de desbastá-la, a fim de que eles pudessem estimar os verdadeiro valor e determinar a sua utilização”


O novo Companheiro pode agora trabalhar na pedra polida. É o momento de relembrar que o trabalho sobre si mesmo, usando os instrumentos de trabalho maçônicos, é indispensável para a admissão final no Templo, admissão essa da qual conhecemos agora o sentido:


“Usai com frequência o esquadro, o nível e o prumo para fazer desaparecer inteiramente a pedra bruta e vossos Irmãos não vejam mais em vós outra coisa que não seja uma pedra polida, digna de entrar na construção do Templo para o qual trabalhais”


Uma ultima nota: O Rito Escocês Antigo e Aceito estabelece formalmente em seus rituais o vínculo entre o abandono dos metais em loja e a construção do Templo de Salomão durante a qual não havia “ruido” causado por qualquer ferramenta feita de metal ou nenhum ruido de martelo. O Rito Escocês Retificado , por sua vez, diz que “ os materiais que foram empregues na construção do Templo de Salomão foram tão bem preparados que não se ouvia qualquer barulho de ferramentas durante a construção” . Isso nos remete ao Livro de Reis I 6:7 : “O Templo foi construido com pedras já talhadas; de modo que não se ouviu barulho de martelo, de cinzel, nem de qualquer outro instrumento de ferro no Templo, durante sua construção”. Fazendo uso de alegorias, podemos considerar que o Templo de que os rituais nos falam é um símbolo do Templo Interior que cada Maçom deve construir em sí mesmo. A construção desse Templo Interior é uma obra que implementa as forças espirituais e morais do obreiro, tal trabalho exige dele a entrega de TODO o coração e de TODA a mente. Os metais aqui , com seus vícios e tragédias, são dispensáveis... indesejáveis a bem dizer. Sem seu abandono , a Grande Obra não pode ser realizada. [...]


I.C.J.M.S. Que Nossa Ordem Prospere !!!


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