top of page
Foto do escritorPrimeiro Discípulo

Sobre o Silêncio Que Deve Ser Observado em Nossas Cerimônias [Das Palavras e Da Música]

Atualizado: 16 de out. de 2020

A importância do silêncio é tamanha para o Regime Retificado que assim que termina de abrir os trabalhos (haja ou não cerimônia de Recepção) o Venerável dirige-se aos irmãos nos seguintes termos: “Prescrevo em nome da Ordem o mais profundo silêncio a todos os obreiros”.


O silêncio aqui, tem que ser tomado como total.


Algumas potências chegam a trazer entre os conselhos anexos ao Ritual do Aprendiz Maçom uma recomendação até mesmo a respeito do uso de música (o que nos parece correto, tanto que algumas outras nem sequer tratam do assunto por crerem já implícito na exaltação ao silêncio ): “[...] A música não tem lugar nas cerimônias de iniciação, de Passe ou de Elevação que devem ser realizadas tal qual indica o ritual, no mais profundo silêncio. A música não está nem na tradição nem no espírito do Regime Retificado, que se reveste de uma certa nudez”.(1)


A palavra silêncio aparece 25 vezes ao longo do Ritual do Aprendiz entre outros procedimentos ( e segue a mesma linha no resto dos rituais), pondo em destaque a importância que a ele é dada no desenvolvimento de nossos trabalhos. A instrução de perguntas e respostas do Ritual de Aprendiz é bastante explícita a esse respeito:


- “Onde fostes recebido?”

- “Numa Loja justa e perfeita, onde reinam a união, a paz e o silêncio”.


O sentido é muito claro: em uma Loja justa e perfeita deve reinar sempre e em todo momento “a união, a paz e o silêncio”.


A instrução moral do Aprendiz nos recorda igualmente que “é no silêncio, no retiro e na calma dos sentidos, que o sábio se despoja das paixões, dos preconceitos e que dá passos seguros no caminho da Virtude e da Verdade”. E a medida que avançamos, o emblema dos Mestres nos ensina que nossa força está no Silêncio e na Esperança.


O silêncio forma parte essencial, como já foi dito, da sobriedade de um Regime como o nosso, ele está sempre presente em todos o graus em todos os momentos, salvo quando deve ser quebrado pela palavra dos irmãos no desenvolver do Ritual ou quando suas intervenções são admitidas (palavra a bem da ordem por exemplo) por quem preside os trabalhos. No R.E.R o silêncio não anula a palavra, ele a conduz, ordena, lhe dá profundidade e solenidade: “Calando, compreendes, se compreendes, fala. É no silêncio que o intelecto gera a palavra” (Antonio, o Grande (Filocália))


Já na Ordem Interior, o Código dos C.B.C.S de 1778, em seu Título II que estabelece os deveres dos irmãos (parágrafo 5) diz: “A lei do silêncio e a mais absoluta discrição são fundamentais a Ordem…”; Já em seu Título V, Capítulo I, fazendo referência aos Cavaleiros Capitulares que assistem ao Convento Nacional da Ordem, nos diz que devem fazê-lo “observando a lei do silêncio”.


O mesmo vale para as Lojas Simbólicas, para os Capítulos do Noviciado onde as prefeituras terminam sua abertura ordenando um “religioso” ou “respeitoso” silêncio a todos os presentes.


O silêncio é necessário a nossos trabalho rituais, sua observância não é arbitrária ou subjetiva. Ele deve ser total e reinante em todos os trabalhos do Regime, sejam em que grau forem. E assim, além do silêncio em relação as palavras, consideramos que a advertência acima a respeito da música tem sim sentido. Sua utilização seja qual for seu estilo, seja qual for o momento de seu uso (ainda que inspire em alguns corações sentimentos sublimes) é proscrito a nossas assembleias.


Notas:


1 - Aqui, o termo nudez é utilizado como sinônimo de minimalismo. Por ser um rito que se volta ao interior do recipiendário o R.E.R. foge de ostentações em suas cerimônias.


I.C.J.M.S. Que Nossa Ordem Prospere!!!

370 visualizações0 comentário

Comments


Commenting has been turned off.
bottom of page