Um Místico Lionês e os Segredos da Franco-Maçonaria - Chave Cronológica
- Primeiro Discípulo
- 24 de ago.
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Bem amados Irmãos,
Entre 4 de julho de 2023 e 30 de julho de 2024, assumimos o compromisso de apresentar, de forma pioneira em língua portuguesa, a tradução integral da obra fundamental da arquivista Alice Joly: "Un Mystique Lyonnais et les Secrets de la Franc-Maçonnerie - 1730 - 1824". Este projeto, que tomou corpo em 16 artigos sob o título “A Trajetória e a Vida de Jean-Baptiste Willermoz”, foi movido pela convicção de que a verdadeira compreensão de Jean-Baptiste Willermoz exige mais do que a aceitação de frases soltas e fragmentos de correspondências que, não raro, adquirem um indevido status sectário e dogmático. Exige, sim, um mergulho profundo nas fontes e um engajamento com a história em sua forma mais pura: os fatos.
Sempre trabalhamos com a certeza de que o verdadeiro conhecimento não se encerra em si mesmo; ele sempre busca expandir-se e gerar novos diálogos. Nesse sentido, recebemos com alegria e saudamos com entusiasmo a notícia de que está em curso a futura publicação de uma nova tradução da mesma obra, por um grupo chamado Brasil Retificado, agora destinada ao formato de livro.
Alguns leitores nos perguntaram, por meio de nossos canais de comunicação, se somos partícipes de tal projeto. Achamos importante esclarecer que não estamos diretamente envolvidos, mas vemos na iniciativa um valor ímpar. Longe de ser uma sobreposição, este é um projeto que vem para somar ao nosso cenário, mostrando como o tema se torna cada vez mais relevante entre os falantes da língua portuguesa. Certamente a perenidade do livro impresso e a acessibilidade do meio digital são formatos que se complementam, servindo a diferentes perfis de leitores e investigadores.
O nosso convite, portanto, estende-se e renova-se: que o leitor se debruce sobre ambas as traduções, a nossa que abriu o caminho e a futura que o alargará. A análise comparativa é uma das mais potentes ferramentas do pensamento crítico. É precisamente para servir como um instrumento universal de estudo, uma bússola para navegar tanto os nossos artigos quanto a futura edição impressa, que elaboramos a detalhada linha cronológica da vida de Jean-Baptiste Willermoz e a exposição dos atores que participaram, de uma forma ou outra, na formação do Regime Escocês Retificado. Que ela funcione como um alicerce factual, capacitando cada um a construir a sua própria análise autônoma e informada sobre a vida e o legado de Willermoz, legado que continua a interpelar, a esclarecer e a inspirar.
Linha Cronologica
10 de julho de 1730: Nasce em Lyon, França, Jean-Baptiste Willermoz. Inicia-se aqui a jornada de um homem que se tornaria uma das figuras mais influentes do esoterismo europeu e da Maçonaria do século XVIII.
15 de fevereiro de 1745: Aos 14 anos, o jovem Willermoz dá os primeiros passos na sua vida profissional, iniciando o seu aprendizado com Antoine Bagnion, um comerciante de sedas em Lyon. Esta carreira no comércio garantir-lhe-ia a estabilidade financeira para se dedicar às suas buscas espirituais.
1747: O seu talento e dedicação são reconhecidos, e Willermoz é promovido a assistente de loja na empresa Liotard, Manéchalle e Cia., consolidando a sua posição no próspero setor da seda de Lyon.
1750 (aproximadamente): Willermoz é iniciado na Maçonaria em uma loja de Lyon. No entanto, a experiência revela-se uma profunda deceção. Em vez da busca por conhecimento e sabedoria que esperava, encontra um ambiente de frivolidade e falta de disciplina, o que acende nele o desejo de encontrar ou criar uma forma mais autêntica e profunda de Maçonaria.
1752: Com apenas 22 anos, a sua liderança natural já é evidente. Willermoz assume a posição de Venerável Mestre da sua loja em Lyon, mostrando a sua vontade de reformar a Ordem desde cedo.
1753: Insatisfeito com as lojas existentes, Willermoz e nove amigos fundam a sua própria loja, "La Parfaite Amitié" (A Perfeita Amizade). No dia de São João Batista, é eleito o seu primeiro Venerável Mestre, marcando o início do seu projeto de reforma maçónica.
1754: Já estabelecido como fabricante de sedas por conta própria, Willermoz contrasta com o caminho do seu irmão, Pierre-Jacques, que no início de agosto deixa a casa da família para se dedicar à busca da alquimia em Paris, mergulhando de cabeça nas ciências ocultas.
12 de junho de 1755: Pierre-Jacques Willermoz recebe um convite de Antoine-Joseph Pernety, uma figura notável do esoterismo, para colaborar em experiências alquímicas, aprofundando o seu envolvimento com as tradições herméticas.
1756: Um ano de mudanças pessoais para os irmãos. A mãe de Jean-Baptiste Willermoz falece. Em paralelo, Pierre-Jacques deixa o trabalho com Pernety e decide enveredar por um caminho mais académico, iniciando os seus estudos de medicina em Montpellier.
1759: Pierre-Jacques Willermoz é recebido na Grande Loja de Lyon, juntando-se à loja "La Parfaite Amitié", fundada pelo seu irmão. Neste mesmo ano, é fundada a loja "Vrais Amis" por Hébert, por vezes atribuída erroneamente a Jean-Baptiste.
1760: A Grande Loja dos Mestres Regulares de Lyon, da qual Willermoz é uma figura central, estrutura o seu sistema de ensino maçónico, reconhecendo oficialmente sete graus.
1761: Pierre-Jacques Willermoz conclui o seu doutoramento e é nomeado preparador e demonstrador real de química na prestigiada Faculdade de Montpellier, alcançando reconhecimento académico.
1762-1763: A influência de Jean-Baptiste Willermoz na Maçonaria de Lyon cresce exponencialmente. Ele assume os cargos de Grão-Mestre da Mãe-Loja e, posteriormente, Guardião dos Selos e Arquivista, centralizando a organização da Ordem na cidade.
25 de agosto de 1762: Numa carta, Pierre-Jacques menciona a existência de altos graus maçónicos que o seu irmão Jean-Baptiste desconhecia, despertando a sua curiosidade por sistemas mais complexos e esotéricos.
1763: O cenário maçónico de Lyon continua a expandir-se com a fundação de novas lojas e capítulos, como o Capítulo dos Cavaleiros da Águia Negra Rosa-Cruz, que Willermoz afirmaria mais tarde ter fundado dois anos depois. O seu outro irmão, Antoine Willermoz, também é iniciado na Maçonaria.
Maio de 1767: Durante uma viagem a Paris, Willermoz tem um encontro decisivo. É informado por Bacon de La Chevalerie sobre a existência de Don Martinès de Pasqually e da sua "Ordem dos Cavaleiros Maçons Eleitos Cohens do Universo", uma ordem teúrgica que prometia o contacto direto com o divino. Vendo nela a profundidade que sempre procurou, Willermoz decide imediatamente juntar-se.
22 de maio de 1767: Numa carta de resposta, o seu irmão Pierre-Jacques, mais cético e científico, expressa as suas dúvidas sobre esta nova e misteriosa sociedade.
Junho de 1767: A Ordem dos Elus Cohens formaliza a sua estrutura de liderança. Pasqually, o Marquês de Luzignan e Bacon de La Chevalerie formam o "Grande Tribunal Soberano".
11, 12 e 13 de maio de 1768: Em Versalhes, através de uma cerimónia ritualística de três dias, Jean-Baptiste Willermoz é recebido no grau de Réau-Croix, o mais alto da Ordem dos Elus Cohens, numa ascensão notavelmente rápida que demonstra a sua dedicação e a confiança que Pasqually depositava nele.
1769-1770: A frustração começa a instalar-se. As "operações" teúrgicas de equinócio, rituais centrais da Ordem, são repetidamente adiadas por Pasqually, levando Willermoz a questionar a organização e a eficácia do seu mestre.
Verão de 1770: Em meio às suas preocupações com a Ordem, Willermoz sofre a perda do seu pai.
Maio de 1771: Louis-Claude de Saint-Martin, outra figura proeminente do esoterismo, torna-se secretário de Pasqually, ajudando a organizar os complexos ensinamentos da Ordem.
18 de março de 1773: Buscando um sistema maçónico mais estruturado, Willermoz contacta o Barão Weiler e recebe uma resposta sobre a Estrita Observância Templária, um regime alemão que reivindicava ser o herdeiro direto dos Cavaleiros Templários.
10 de agosto de 1774: Após aderir à Estrita Observância, o Diretório de Auvergne (a província maçónica de Lyon) submete-se à autoridade do Grão-Mestre alemão, Charles de Hund. Neste evento, Jean-Baptiste Willermoz profere o seu compromisso como Chanceler, assumindo um papel de liderança neste novo sistema.
6 de novembro de 1776: Joseph de Maistre, futuro filósofo e diplomata, recebe em Lyon o grau de Cavaleiro, adotando o nome maçónico Josephus a Floribus, tornando-se um importante correspondente e colaborador de Willermoz.
Dezembro de 1777 - Janeiro de 1778: Durante uma visita de Rodolphe Saltzman, Mestre dos Noviços de Estrasburgo, Willermoz apresenta os seus projetos para um novo código de regulamentos maçónicos. É aqui que começa a tomar forma a sua grande obra: a fusão da doutrina de Pasqually com a estrutura cavalheiresca da Estrita Observância.
1778: Em Lyon, é fundado o primeiro Colégio de Grandes Professos, a classe mais secreta do sistema de Willermoz, composta por onze membros dedicados ao estudo da doutrina esotérica.
1782 (16 de julho - 29 de agosto): Ocorre o Convento de Wilhelmsbad, um congresso maçónico internacional de enorme importância. Nele, Willermoz apresenta e consegue a aprovação da sua reforma. A Estrita Observância é transformada no Regime Escocês Retificado, um sistema cristão e cavalheiresco que integra a doutrina dos Elus Cohens de forma velada. É o culminar de décadas de trabalho e a sua maior contribuição para a Maçonaria.
Final de 1783 / Início de 1784: Um novo fenómeno chega a Lyon: o "magnetismo animal" de Franz Mesmer. Willermoz e a sua rede interessam-se vivamente por esta prática, que parecia oferecer uma via experimental para explorar o mundo invisível.
Maio de 1784: O Marquês de Puységur, um discípulo de Mesmer, descobre o "sonambulismo magnético", um estado de transe em que os pacientes pareciam aceder a conhecimentos superiores. Esta descoberta fascina Willermoz, que vê nela uma nova ferramenta para a sua busca espiritual.
6 de novembro de 1784: Willermoz e outros iniciam o tratamento magnético de uma jovem, M.lle Rochette. Durante as suas sessões de sonambulismo, ela começa a transmitir mensagens de uma entidade misteriosa, o "Agente Desconhecido".
1785-1786: Willermoz mergulha de cabeça no estudo das comunicações do Agente Desconhecido através de M.lle Rochette, que se torna a vidente do seu círculo mais restrito. Ele acredita ter encontrado uma fonte direta de instrução divina que complementa e valida a doutrina que recebeu de Pasqually.
Início de 1787: O mistério é desvendado quando o Agente Desconhecido admite a sua identidade: era na verdade Madame de Vallière, uma nobre próxima do círculo de Willermoz, que orquestrava as comunicações. Embora abalado, Willermoz parece ter continuado a acreditar na validade espiritual das mensagens.
1º de outubro de 1787: A "carreira" de vidente de Gilberte Rochette termina com o seu casamento com Antoine Saunier, encerrando um dos capítulos mais extraordinários e controversos da vida de Willermoz.
Final de 1789: Com o advento da Revolução Francesa, o seu amigo e antigo colega, Louis-Claude de Saint-Martin, decide abandonar todas as ordens iniciáticas, incluindo a Maçonaria, para seguir um caminho puramente místico e individual, comunicando a sua demissão a Willermoz.
1793-1794: O Terror em Lyon: A Revolução atinge Lyon com violência. Willermoz, como muitas outras figuras proeminentes, torna-se um suspeito. É forçado a fugir e a esconder-se para escapar à guilhotina durante o Cerco de Lyon e o subsequente período do Terror.
28 de novembro de 1793: O seu irmão, Antoine Willermoz, é executado pelas forças revolucionárias.
5 de dezembro de 1793: O seu amigo e colaborador mais próximo, Jean-Jacques Millanois, também é executado. Estas perdas marcam profundamente Willermoz.
6 de fevereiro de 1794: Após meses escondido, Willermoz consegue finalmente deixar Lyon em segurança, encontrando refúgio na zona rural.
1797: Com o fim do Terror, Willermoz regressa à vida pública. É nomeado membro da Comissão Administrativa dos Hospitais de Lyon, dedicando o resto da sua vida a obras de caridade.
1º de junho de 1800: Napoleão Bonaparte, como Primeiro Cônsul, nomeia Willermoz conselheiro geral do departamento do Ródano, reconhecendo o seu estatuto como um cidadão respeitável de Lyon.
1804-1805: Apesar da sua idade avançada, Willermoz casa-se e tem dois filhos. Uma filha que vive apenas alguns dias e um filho, Jean-Baptiste-François de Sales-Claudius, nascido em 1805, que garantirá a sua descendência.
1808-1812: Willermoz trabalha incansavelmente para reativar o Regime Escocês Retificado em França, negociando com outras obediências maçónicas e tentando garantir um protetorado oficial para a sua Ordem sob o Império Napoleónico.
1815: Após a queda de Napoleão e a Restauração da monarquia, Willermoz, com 85 anos, renuncia às suas funções públicas na assembleia departamental.
1821: Apesar da idade e de um "arrefecimento geral" do interesse pela Maçonaria mística, Willermoz, com uma energia renovada, continua a corresponder-se com maçons de toda a Europa, preservando e transmitindo os seus ensinamentos.
29 de maio de 1824: Jean-Baptiste Willermoz falece em Lyon, aos 93 anos, deixando um legado duradouro como reformador maçónico, místico e filantropo.
1824: Num reflexo do estigma que a Maçonaria ainda carregava, a administração dos Hospitais de Lyon, à qual ele dedicou décadas de serviço, recusa-se a celebrar uma missa em sua memória, um final agridoce para uma vida de dedicação incansável.
A Teia de Influências: Aliados, Místicos e Rivais
Jean-Baptiste Willermoz (1730-1824): Mercador de seda em Lyon, maçom proeminente e figura central na história do ocultismo francês do século XVIII. Fundador da "Parfaite Amitié" e da Grande Loja dos Mestres Regulares de Lyon. Foi um dos principais propagadores da doutrina dos Elus Coens de Martinès de Pasqually e, posteriormente, do Rito Escocês Retificado (Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa). Teve um papel crucial na organização de conventos maçônicos e foi o depositário de uma vasta coleção de arquivos sobre sociedades secretas. Era conhecido por seu método, rigor e profundo interesse em conhecimentos esotéricos, embora sua fé católica permanecesse firme.
Pierre-Jacques Willermoz (1735-1799): Irmão mais novo de Jean-Baptiste. Inicialmente interessado em alquimia, depois estudou medicina em Montpellier. Foi um crítico lúcido dos "Altos Graus" da Maçonaria.
Antoine Willermoz (1741-1793): Irmão mais novo de Jean-Baptiste, também iniciado na Maçonaria.
Claudine-Thérèse Willermoz (Mme Provensal) (1729-1810): Irmã mais velha de Jean-Baptiste, que se tornou viúva e viveu com ele, atuando como confidente e tendo um profundo interesse pela via mística. Mais tarde, casa seu filho Marie com Jeanne-Marie Pascal.
Joseph de Maistre: Escritor e filósofo. Mencionou sua desilusão pessoal com a frivolidade maçônica. Foi um "Professo" em Chambéry e crítico da doutrina dos Cavaleiros Benfeitores, embora posteriormente tenha sido influenciado pela formação que recebeu nas Lojas.
Meunier de Précourt: Correspondente de Jean-Baptiste Willermoz, que revelou a ele os segredos da linhagem templária da Maçonaria de Metz.
Antoine-Joseph Pernety (1716-?): Beneditino convertido às ciências herméticas, que buscou na alquimia formas de fabricar ouro e a busca da panaceia universal. Mais tarde fundou o Rito dos Iluminados de Avignon.
Don Martinès de Pasqually de la Tour: Fundador da "Franco Maçonaria dos Cavaleiros Maçons Elus Cohens do Universo". Figura enigmática, de carater questionável e de origem incerta, possuía um conhecimento superficial, mas cativante, de temas cabalísticos e talmúdicos. Foi o principal mestre de Jean-Baptiste Willermoz na teurgia cerimonial. Sua doutrina se centrava na reintegração do homem à sua glória original.
Louis-Claude de Saint-Martin (1743-1803): O "Filósofo Desconhecido". Secretário de Martinès de Pasqually e importante colaborador de Jean-Baptiste Willermoz. Inicialmente um fervoroso praticante da teurgia dos Cohens, evoluiu para um misticismo mais contemplativo, distanciando-se das práticas cerimoniais. Autor de "Des Erreurs et de la Vérité" e "L'Homme de désir".
Bacon de La Chevalerie: Oficial de origem lionesa, deputado de Saint-Jean de la Gloire. Importante membro do Grande Oriente, foi intermediário entre Willermoz e Martinès de Pasqually e participou ativamente das negociações para a reforma maçônica. Era membro da Estrita Observância Templária.
Marquês de Lusignan: Membro do Tribunal Soberano dos Cavaleiros Elus Cohens.
Abade Rozier: Amigo próximo de Pierre-Jacques Willermoz, interessado em ciências naturais. Deputado da Grande Loja de Lyon e posteriormente um dos representantes junto ao Grande Oriente.
Charles de Hund (Eques ab Ense): Fundador da Estrita Observância Templária alemã, uma reforma maçônica que se dizia sucessora dos Cavaleiros Templários. Sua fundação era baseada em uma "colossal mistificação".
Barão de Weiler (Augustus a Spica Aurea): Vigar general. Propagador da Estrita Observância Templária alemã, atuou como instrutor para Willermoz e seus amigos em Lyon.
Jean Paganucci: Venerável da Loja "Vrais Amis", co-fundador da Grande Loja de Lyon. Posteriormente, um dos primeiros membros da Sociedade dos Iniciados e Depositário do Agente Desconhecido.
Jean-André Périsse Duluc (1739-1800): Impressor-livreiro em Lyon, membro zeloso dos Cohens, dos Professos e da Sociedade dos Iniciados. Atuou como editor de obras de Saint-Martin e foi deputado nos Estados Gerais, mantendo uma correspondência ativa com Willermoz durante a Revolução Francesa.
Barbier de Lescoët: Prior e Subprior do Diretório de Auvergne.
Conde de Castellas (Doyen do Capítulo de Saint-Jean): Eclesiástico Auvergnat, membro da Concorde Magnética e dos Professos. Atuou como magnetizador de Mlle Rochette e foi deputado nos Estados Gerais.
Henry de Virieu: Coronel em segundo do regimento de Monsieur Infanterie, membro da nobreza beaujolaise, filiado à Maçonaria retificada. Participou do Convento de Wilhelmsbad.
Prunelle de Lière (1740-?): Amigo de Willermoz e Saint-Martin. Grande Professo, praticante da arithmosofia e colecionador de documentos ocultistas.
Marquês de Chefdebien de Saint-Amand: Coronel de caçadores, membro da Ordem de Malta. Representou o priorado de Montpellier no Convento de Wilhelmsbad.
Savalette de Lange (Jean-Paul): Guarda do tesouro real, Grande Mestre dos Philalèthes (Amigos Reunidos). Interessado em ciências herméticas, buscou informações sobre os segredos dos Cohens.
Rodolphe Saltzman (Ab Hedera): Mestre dos Novícios de Estrasburgo, convertido às ideias de Willermoz, tornando-se um colaborador próximo na organização da Profissão e do Convento das Gálias.
Barão de Turkheim (Bernard de Turkheim, a Navibus): Chanceler da VI Província alemã. Desempenhou um papel ambíguo na difusão da doutrina de Willermoz. Mais tarde, ele se distanciou da maçonaria mística.
Bayerlé (a Fascia): Prefeito de Nancy. Opôs-se ao partido místico no Convento de Wilhelmsbad e criticou abertamente Willermoz.
Ferdinand de Brunswick (a Victoria): Príncipe alemão, pertencente à casa de Brunswick-Wolfenbüttel, parte do Sacro Império Romano-Germânico. A. Joly o apresenta como irmão da rainha da Dinamarca mas isso não é verdade. Sua irmã, Luísa de Brunswick-Wolfenbüttel, casou-se com Augusto Guilherme da Prússia, e a rainha da Dinamarca na época, Juliana Maria de Brunswick-Wolfenbüttel, era sua mãe, não sua irmã. Ferdinand foi uma figura destacada na Maçonaria, servindo como Grande Mestre da Estrita Observância Templária. Apaixonado por misticismo, ele se dedicou ao simbolismo esotérico da Maçonaria, embora não haja evidências claras de seu envolvimento com práticas de magia.
Charles de Hesse-Cassel (a Leone Resurgente): Landgrave de Hesse-Cassel. Interessado em misticismo e ocultismo, foi um dos principais apoios de Willermoz na Alemanha.
Barão de Plessen (a Tauro Rubro): Diplomata dinamarquês, discípulo de Willermoz. Propagador da reforma de Lyon na Alemanha, mas também cético em relação às pretensões de alguns líderes alemães.
Waechter (a Ceraso): Chanceler da VIII Província. Viajou em busca dos "Superiores Desconhecidos", mas suas descobertas foram mais fantasiosas do que reais.
Haugwitz: Barão, mestre da Loja de Gottorp. Propôs um sistema de contemplação e êxtase, diferente do de Willermoz.
Adolphe de Knigge (A Cygno, Philon): Membro do Rito Retificado, depois traiu a Estrita Observância para se juntar aos Iluminados da Baviera.
Dittfurth (ab Orno): Adversário de Willermoz no Convento de Wilhelmsbad, defendendo uma reforma administrativa da Maçonaria.
Jean-Gaspard Lavater: Pastor de Zurique e fisiognomonista. Simpatizou com a maçonaria mística, mas não se afiliou.
Franz Anton Mesmer (1734-1815): Médico alemão, criador do magnetismo animal. Sua técnica se tornou popular, inclusive em círculos maçônicos como a "Harmonia de Paris" e a "Concorde" de Lyon.
Nicolas Bergasse: Advogado, originário de Lyon, principal defensor de Mesmer na França. Fundador da "Harmonia".
Marquês de Puységur: Descobridor do sonambulismo magnético e das capacidades clarividentes dos magnetizados.
Comandante de Monspey (a Pelicano): Oficial reformado, membro da Ordem de Malta, um dos primeiros magnetizadores de Lyon e membro dos Cohens.
Chevalier de Barberin: Oficial de artilharia, amigo de Monspey, magnetizador e co-fundador da Concorde.
Dr. Dutrech: Médico em Lyon, co-fundador da Concorde e magnetizador.
Mlle Rochette (Jeannette Rochette): Jovem mulher, somnambula e vidente, que se tornou uma figura central nas experiências de magnetismo e na Sociedade dos Iniciados de Lyon. Posteriormente, casou-se com Marie Willermoz (sobrinho de Jean-Baptiste).
Agent Inconnu (Agente Desconhecido): Pseudo entidade misteriosa que ditava mensagens por meio de escrita automática a Mme de Vallière, irmã de Monspey. Teve grande influência na Sociedade dos Iniciados de Lyon.
Mme de Vallière: Irmã do Comandante de Monspey, identificada como o instrumento do Agente Desconhecido, que recebia mensagens por escrita automática.
Jean Saunier: Cunhado de Jean-Baptiste Willermoz.
O'Brenan: Jovem magnetizador que teve um papel equívoco nos "sommeils" de Mlle Rochette.
Jean-Marie Ampère: Fundador da "Société Chrétienne" em Lyon.
Claude Bredin: Fundador da "Société Chrétienne" em Lyon e diretor da Escola Veterinária de Lyon.
Cambacérès: Alto dignatário do império, Grande Mestre Geral do Grande Oriente de França, que buscou atrair os centros retificados para a Maçonaria regular.
Dom Gerle: Eclesiástico que descobriu Suzette Labrousse.
Suzette Labrousse: Profetisa que previu a Revolução Francesa e a queda da monarquia.
I.C.J.M.S. Que Nossa Ordem Prospere !
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